O grupo de WhatsApp do ‘Movimento Pelas Crianças na Pandemia’ tem 250 pais e mães de Maringá que apoiam a retomada das atividades educacionais de forma gradual, além da liberação para utilizarem os espaços públicos do município. Nesta sexta-feira, a partir das 14 horas, acontece uma carreata com saída do estacionamento do Estádio Willie Davids em direção à Prefeitura para cobrar uma resposta do executivo.
“Nesse grupo nós estamos discutindo sobre o retorno das aulas presenciais. São mães e pais de alunos das escolas privadas e municipais. Nosso objetivo é falar para o Prefeito Ulisses Maia que existem pais querendo essa retomada das atividades. Sentimos também que as crianças estão sendo deixadas de lado durante essa pandemia. A nova realidade está trazendo reflexos emocionais e psicológicos como nervosismo, descontrole emocional. Tem exemplos de mães psicólogas que passaram a atender crianças com depressão acentuada, crise de ansiedade e problemas relacionados a obesidade infantil” explicou uma das líderes do movimento, Vanessa Bellei.
Ela segue dizendo que alguns adultos relatam que os filhos estão angustiados, agressivos e chorosos por não conviverem com outras crianças e adolescentes, perderam a rotina e seguem “trancados em apartamentos pequenos sem área de lazer e acesso a atividades que proporcionam lazer e esporte. As atividades remotas transmitidas pelas escolas, por mais que estejam carregadas de boas intenções, não dão conta das reais necessidades das crianças.”
No último decreto publicado pela Prefeitura de Maringá, as crianças foram autorizadas a entrarem em supermercados, isso foi visto com bons olhos pelo grupo de pais. Na opinião do movimento isso vai ajudar aos pais que não tem onde deixar as crianças quando precisam sair. Tem adulto deixando os menores com parentes, amigos, vizinhos ou até mesmo sozinhos para ir trabalhar.
“Por tudo isso, as aulas presenciais precisam ser retomadas imediatamente nas escolas que já se prepararam para o retorno seguro, e que seja garantida a escolha da família sobre a melhor opção de acordo com a sua realidade: aula remota ou presencial. Em contrapartida, as instituições legalizadas para esse atendimento, com profissionais experientes, boa estrutura e que podem se adaptar para fazê-lo de maneira segura não têm a autorização. Precisamos voltar a socializar nossas crianças”, diz trecho do texto publicado na internet que explica os objetivos do grupo.
“O Executivo está muito bagunçado. Os parquinhos públicos das praças estão lotados, mas não existe uma regulamentação falando sobre o espaço. Por outro lado os locais de lazer em condomínios estão fechados, não podem ser utilizados. Queremos a liberação. Crianças podem ir numa festa com 150 pessoas, mas não podem frequentar parques ou escola”, disse a líder do grupo.
ABAIXO-ASSINADO
Por meio da internet, um abaixo-assinado está colhendo assinaturas de pessoas que apoiam as reivindicações e se identificam com as ideias do grupo. Até ontem já eram 400 assinaturas no documento. Mario Hossokawa, presidente da Câmara Municipal informou que será aberta uma comissão para conversar com o executivo sobre todos os assuntos pautados.
“A resposta pronta não nos serve, de que a Prefeitura está avaliando as informações sobre Covid-19, monitorando a evolução da doença e estudando uma possível retomada. Queremos a liberdade de decidir onde nossos filhos possam ficar. Sabemos que é preciso priorizar a vida e a saúde das pessoas, inclusive a emocional, e é esse nosso objetivo com este manifesto”, finalizou Vanessa Bellei.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução