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Você já parou para pensar que talvez o que mais atrapalha seu crescimento não seja a falta de talento, nem a falta de oportunidade, mas a dificuldade de lidar com o tédio?
Essa ideia pode parecer estranha à primeira vista, mas faz todo sentido. E foi resumida de maneira brilhante por um fisiculturista campeão:
“Em algum momento, tudo se resume a quem é capaz de lidar com o tédio de treinar todos os dias, fazendo os mesmos levantamentos repetidas vezes.”
E isso não vale só para academia. Vale para tudo. Vale para o trabalho, para os estudos, para os relacionamentos, para qualquer jornada de crescimento. O segredo não está em começar cheio de energia. O segredo está em continuar, mesmo quando a empolgação acaba.
Hoje, ouvimos muito sobre “paixão”. Dizem que você precisa amar o que faz. Que, se estiver no caminho certo, vai se sentir motivado o tempo todo. Isso é um dos maiores mitos do sucesso.
A verdade? Gente bem-sucedida também sente preguiça. Também perde o foco. Também fica desmotivada. A diferença é que elas continuam, apesar disso.
O problema é que estamos acostumados com a ideia de que só conseguimos fazer bem algo quando estamos empolgados. Mas olha ao seu redor: quem chega mais longe não é quem trabalha apenas quando está inspirado. É quem trabalha mesmo sem estar inspirado.
A disciplina é maior que a motivação. E é exatamente aqui que a maioria para. O problema nunca foi a falta de talento. O problema nunca foi o fracasso. O problema é que, na hora que o processo começa a ficar monótono, desinteressante, repetitivo… as pessoas desistem.
E então recomeçam outro projeto. E desistem de novo. E entram nesse ciclo infinito de empolgação inicial → desânimo → desistência.
O que separa os que vencem dos que param no meio do caminho? A resposta está na capacidade de suportar o tédio do processo. Porque em algum momento, qualquer coisa que você faz por tempo suficiente vai parecer repetitiva.
E aí, a pergunta que realmente importa é: você consegue continuar mesmo quando a empolgação vai embora? Um atleta de elite faz os mesmos movimentos milhares de vezes. Um músico toca as mesmas notas incansavelmente. Um profissional excepcional repete as mesmas práticas até atingir a excelência.
O sucesso não está no grande momento de virada. Ele está no pequeno hábito repetido. Todos os dias.
Isso vale para qualquer objetivo. Se você quer aprender um novo idioma, por exemplo, a parte inicial é incrível – descobrir novas palavras, aprender frases, ver seu progresso. Mas, depois de algumas semanas, começa a rotina cansativa de estudar gramática, revisar vocabulário, insistir na prática.
Quem persiste passa pelo “vale da monotonia” e alcança a fluência. Quem desiste fica no básico.
O mesmo vale para o trabalho. Você começa um novo projeto cheio de energia. Nos primeiros dias, tudo é novidade. Mas aí a rotina se instala, e você começa a duvidar: Será que vale a pena continuar?
A diferença entre quem alcança grandes resultados e quem apenas sonha está na resposta para essa pergunta.
Os bem-sucedidos seguem em frente. Mesmo sem vontade. Mesmo sem motivação. Porque entendem que o verdadeiro crescimento acontece quando você continua mesmo depois que o encanto inicial desaparece.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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