
A Secretaria de Saúde deu início ao remanejamento dos atendimentos para encerrar o setor de pediatria do Hospital Municipal, sendo que os atendimentos da especialidade serão divididos entre o Pronto Atendimento da Criança (PAC) Zona Norte e no Hospital da Criança.
O secretário de Saúde, Antônio Carlos Nardi, explicou a decisão do fechamento da ala pediátrica, afirmando que a taxa de ocupação dessa ala era baixa, cerca de 20% da capacidade. “Nós vamos transferir esses internamentos para o Hospital da Criança, adequando a ala física do Hospital Municipal para o pronto atendimento à criança, no atendimento à urgência e emergência”.
De acordo com a Prefeitura de Maringá, além da baixa taxa de ocupação da ala pediátrica do Hospital Municipal, a medida foi necessária para otimização do serviço e para execução da obra de reforma do Pronto Atendimento da Criança (PAC) Zona Norte.
A obra de reforma do PAC foi licitada no ano passado, mas não foi iniciada e está com 90 dias de atraso. Em reunião com o sindicato da categoria, o município informou sobre a necessidade de remanejamento dos atendimentos de urgência e emergência do PAC para o Hospital Municipal.
O Hospital Municipal passará por adequações a partir de março para se tornar referência em urgência e emergência pediátrica no município, até que as obras no PAC sejam concluídas. As internações pediátricas continuarão sendo ofertadas no Hospital da Criança, que foi inaugurado no ano passado. O Hospital da Criança terá 148 leitos de internação e 40 leitos de UTI. O funcionamento foi dividido em fases, em um período de cinco anos, até entrar em operação completa. Já funcionam no local 61 leitos de internação, três salas de cirurgia e 23 consultórios. Dos 61 leitos de internação em funcionamento, em média 20 são ocupados, ou seja, ainda há a possibilidade de ocupação de 40 crianças por dia. Neste mês, serão entregues os primeiros 10 leitos de UTI do Hospital da Criança.
A Prefeitura de Maringá reforça que a demanda pediátrica da cidade será atendida e o Hospital Municipal ampliará o atendimento de outras demandas emergentes, com foco na oferta maior de serviços de saúde à comunidade maringaense. Os servidores municipais serão remanejados para outros setores em que há necessidade de ampliação do atendimento.
PROTESTO
Ontem, enfermeiros e técnicos de enfermagem marcaram presença na Câmara Municipal para protestar contra mudanças anunciadas recentemente pela Prefeitura no setor da saúde. A principal pauta do protesto foi o fechamento da ala pediátrica do Hospital Municipal e a alteração na escala de trabalho dos profissionais.
No entanto, representantes da categoria de enfermagem questionaram a decisão, alegando que a medida não só impacta os profissionais como compromete a qualidade do atendimento às crianças.
Iraídes Baptistoni, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar), explicou que a mudança vai além de uma simples redistribuição dos pacientes.
“Nós não aceitamos o fechamento da ala pediátrica, porque tem dimensionamento. Nem todas as crianças que são atendidas no hospital estão sendo atendidas adequadamente”, declarou Baptistoni, enfatizando a preocupação com a capacidade do Hospital da Criança para absorver a demanda.
Outro ponto que gerou insatisfação entre os profissionais de enfermagem foi a proposta da Secretaria de Saúde de alterar a escala de trabalho para 12×36 (12 horas de trabalho por 36 horas de descanso), uma medida que foi apresentada sem consulta prévia aos servidores.
A categoria reivindica a manutenção da escala de 12×60 (12 horas trabalhadas e 60 horas de descanso), que vem sendo praticada há oito anos e garante melhor qualidade de vida aos profissionais.
A presidente do Sindicato também se manifestou contrária a mudança. “O prefeito Silvio Barros, na campanha, prometeu para os trabalhadores que faria as 30 horas da Saúde, por isso que nós estamos aqui, para cobrar do Legislativo que se cumpra essas 30 horas. Atualmente, o Hospital Municipal e as duas UPAs fazem 12 por 60, que automaticamente dá 30 horas trabalhadas. Então, isso que nós queremos reivindicar, que ele efetive essas 30 horas, que a administração faça uma lei regulamentando essas 30 horas.
A Prefeitura de Maringá informa que a solicitação dos enfermeiros é um compromisso do prefeito Silvio Barros e para viabilizar a regulamentação das 30h, o município trabalha nos seguintes requisitos: questão legal, viabilidade jurídica e viabilidade financeira. Assim que esses requisitos forem consolidados, a Prefeitura poderá atender ao pedido da categoria.
VISITA
Nardi também destacou que a ministra da Saúde, Nísia Trindade, estará em Maringá no próximo dia 21para inaugurar 10 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital da Criança, que, após a expansão, terá 148 leitos de internação e 40 de UTI.
Alexia Alves
Foto – Reprodução