O aplicativo “UEM sem assédio” foi acionado por estudantes do campus de Goioerê contra um professor de Física Médica, que agora é alvo de processo administrativo.
O professor estaria importunando alunas desde agosto de 2024, com abordagens desrespeitosas, que iam de insinuações a toques de mãos nas pernas e partes íntimas. Usando a plataforma criada com o objetivo de proteger integrantes do corpo discentes de todo e qualquer tipo de importunação sexual, as vítimas formalizaram denúncia junto à administração do Campus de Goioerê e rapidamente o caso chegou ao conhecimento da reitoria, que determinou a instauração de processo administrativo contra o suspeito.
O professor investigado é acusado de ter se comportado de maneira inapropriada em várias ocasiões. Relato de uma aluna que se disse vítima de assédio sexual , detalha formas de abordagem do professor. No caso dela o professor teria passado-lhe a mão nas pernas. Consta também uma queixa de outra aluna, que disse ter levado uma mordida no ombro, o que ocorreu na frente de outros alunos, arrolados como testemunhas na sindicância interna.
Pesa ainda contra o suspeito acusações de assédio moral contra professoras e colaboradoras da instituição. Uma das vítimas de ofensas morais estava se preparando para o concurso público aberto para o preenchimento de vagas de docentes no campus da Universidade Estadual de Maringá em Goioerê. O professor teria até tentado influenciar no resultado do concurso, vazando informações sobre o conteúdo das provas. Câmeras escondidas em banheiros femininos onde ele costumava entrar sorrateiramente registraram imagens de importunações de alunas. Uma gravação de áudio foi anexada à denúncia, onde o professor aparece tentando coagir uma das alunas após saber que havia sido denunciado por ela. Apesar desse histórico, o professor chegou a galgar posições importantes no organograma da universidade. Mesmo após a instauração do processo disciplinar ele foi designado para a supervisão do Hospital Veterinário e cargo de chefia em uma clínica odontológica, que funciona dentro do campus.
Em nota divulgada à imprensa, a Universidade Estadual de Maringá afirmou que a comissão de sindicância foi constituída em 20 de agosto de 2024, e que a recomendação de abertura do processo administrativo disciplinar foi acatada pela reitoria. A UEM explicou que as nomeações para os cargos comissionados no Hospital Veterinário e na Clínica Odontológica ocorreram antes da abertura da sindicância e foram baseadas em critérios técnicos, devido à especialização do professor nas áreas de radiologia e radioproteção. A UEM também reforçou seu compromisso com a transparência e imparcialidade na condução do caso, assegurando que todos os envolvidos têm direito à ampla defesa e que as medidas legais estão sendo tomadas.
Redação JP
Foto – Reprodução