O Hospital Universitário (HU) da UEM é um dos quatro hospitais no Paraná especializados no atendimento a mulheres grávidas vítimas de violência sexual. O atendimento pode ser feito por meio de encaminhamento dos serviços de saúde ou de forma espontânea, diretamente no Serviço Social do Ambulatório do HU da UEM.
Recentemente, o hospital participou da criação de um protocolo voltado ao atendimento de vítimas de violência sexual que resultam em gravidez indesejada. A primeira edição do “Protocolo de Atendimento para a Interrupção de Gravidez Decorrente de Violência Sexual na Macrorregião Noroeste do Paraná”, desenvolvido pela Secretaria de Saúde do Paraná (SESA-PR), foi elaborada por uma equipe multiprofissional composta por assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, médicos, dentistas, residentes técnicos e outros profissionais de todas as regionais que fazem parte da Macrorregião Noroeste (11ª, 12ª, 13ª, 14ª e 15ª regionais).
De acordo com a enfermeira do Ambulatório de Especialidades do HU da UEM Viviani Guilherme Dourado, o documento começou a ser debatido no ano passado. Da parte do Hospital, tem a autoria, além de Viviane, da enfermeira Mariluci Pereira de Camargo Labigalini, do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH).
O documento trata sobre o fluxo de atendimento para a solicitação de uma interrupção de gravidez, além do papel que cabe a cada serviço no atendimento às vítimas. A paciente precisa primeiro entrar em contato com a Rede de Atenção à Saúde, que pode ser em um serviço de atenção básico ou mesmo no Hospital; disso, caso não tenha entrado em contato diretamente com o Hospital, é direcionada ao HU, sob orientação do Serviço Social, que acolhe e a orienta a respeito dos procedimentos que podem ser adotados pelo serviço de saúde.
Se a paciente optar pelo procedimento, ela receberá atendimento ginecológico e psicológico, e sua solicitação será analisada por um comitê multiprofissional. No Brasil, a interrupção da gravidez é permitida em três circunstâncias: quando é decorrente de violência sexual (estupro), em casos de anencefalia ou outras malformações que impossibilitem a vida fora do útero, e quando a vida da gestante está em risco.
Após receber todas as informações sobre os procedimentos e requisitos necessários, a mulher tem a liberdade de decidir se deseja ou não realizar o aborto. Para o atendimento nos serviços de saúde, não é exigida a apresentação de Boletim de Ocorrência (B.O.) para mulheres com mais de 17 anos, embora o Hospital Universitário da UEM sempre incentive a denúncia dos agressores às autoridades competentes.
Em 2024 foram atendidas 13 mulheres no Serviço Social do Ambulatório. Destas, 10 se enquadraram nos critérios para a interrupção da gravidez. “Independente dessa situação, ainda que não em caso de gravidez, nós enquanto órgão de saúde incentivamos que a mulher procure atendimento em caso de violência sexual. Essa mulher não pode ficar calada”, alertou a assistente social do HU, Yolanda Maria Grandizoli, que lembrou que, até 72h depois do ato, ainda é possível buscar ajuda para evitar gravidez indesejada ou doenças sexualmente transmissíveis (ISTs). “As mulheres que atendemos não buscaram essa ajuda naquele momento. Isso poderia ter evitado a gravidez.”
O Serviço Social do Ambulatório de Especialidades funciona das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, e atende pelo telefone (44) 3011 9246. O atendimento também pode ser realizado presencialmente no HU da UEM, na rua Mandacaru, 1590, no Parque das Laranjeiras. Para o atendimento, é preciso apenas comparecer com um exame de ultrassonografia que indique a gravidez. Menores de idade obrigatoriamente devem registrar Boletim de Ocorrência em delegacia.
Da Redação
Foto – Reprodução
Entrar
Bem-vindo! Entre na sua conta
Forgot your password? Get help
Recuperar senha
Recupere sua senha
Uma senha será enviada por e-mail para você.