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Servos da Inteligência Suprema

 A palavra servo, segundo o dicionário priberam, significa aquele que não se dispõe da sua pessoa, nem dos seus bens. Homem adstrito à gleba e dependente de um senhor.

      Há quem qualifique  alguns religiosos, muitos profissionais, como servos de Deus, com exclusividade. Será? Não são raros os que arrecadam recursos em nome DELE, fazendo, muitas vezes, dos fieis,  verdadeiros servos, no sentido de dependentes de um senhor, no caso o dito ‘servo de Deus’.

      Falando em Deus, a resposta de Espíritos Superiores, à pergunta de Alan Kardec, para que O definissem foi que ELE é Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas.

      Servos da Inteligência Suprema somos ou seremos todos, mas isso não é tarefa das mais fáceis, como podemos ler no Livro Estante da Vida, ditado pelo Espírito Humberto de Campos, psicografado por Chico Xavier, no capítulo ‘Parábola do Servo’, no qual narra-se as dificuldades pelas quais passa um Espírito nobre, até alcançar essa condição de Servo, isto, daquele que traz dentro de si, o Reino de Deus com a pureza e a humildade que ele representa, às quais Jesus se refere no capítulo 8 de O Evangelho segundo o Espiritismo, outra obra, das cinco, da codificação espírita.

      Narra o autor  o nosso caminhar e as ilusões fantasiosas que criamos para fugir ao compromisso assumido, diante das leis divinas, de sermos os gestores de nossa própria evolução espiritual, únicos responsáveis pelas consequências dos nossos atos, palavras e ações, que podem nos impulsionar  ou  atrasar nesse processo de crescimento.

      Não é difícil concluir que  muitos  tornamo-nos, primeiramente, provedores, preocupados com nossa apresentação pessoal, a casa onde moramos, com o ano e modelo do carro que temos, e até mesmo, com o uso dos recursos materiais  na prática do bem, através da distribuição de alimentos, remédios, agasalhos, o que é louvável. Mas é necessário que aprendamos a plantar as bênçãos do amor.

      A cada nova oportunidade que temos, via reencarnação, muitas vezes de posse de grandes valores ou cargos elevados, podemos ajudar a construir escolas, casas, estimular as artes, ajudando, dessa forma, milhares  de pessoas. Realizarmos o que nos é possível, naquele momento evolutivo, dentro de nossa capacidade de entender o que seja amar ao próximo como a nós mesmos. Entretanto, mesmo realizando muito, somos tão somente, administradores, por que não cultivamos a lavoura do amor.

      Mas a Inteligência Suprema nos dá mais oportunidades, até que aprendamos a abandonar as ilusões.  E despreocupados com as aparências, como a posse de bens, renunciando a todas as vantagens que  possam trazer, sejam títulos, nome de família, recursos financeiros, ou posição social, chegará o ponto que nos entregaremos em benefício dos outros, sossegando aflições alheias. E, agora, conscientes dos nossos compromissos, podemos ser merecedores do título de servos.

A história, narrada por Humberto de Campos, nos convida a profunda reflexão acerca da nossa preparação para avançarmos um pouco mais no nosso progresso espiritual , que é a razão de estarmos encarnados. Ainda precisamos de balizas que nos coloquem na rota certa. Por isso, os ensinamentos de Jesus são tão importantes, pois não conseguimos caminhar sozinhos.

Em certa passagem Ele nos exemplifica, citando uma criança física, representando a pureza de coração, que quer dizer o amor a todos os semelhantes, enquanto do outro lado temos o adulto, representando o sentimento contrário, ou seja, o egoísmo.

Muitos de nós ainda somos fracos, viciosos, doentes da alma, mas a consciência do amor, que existe em nós desde a criação, nos transformaremos, um dia,  em Servos de Deus- A Inteligência Suprema, ajudando na implantação do seu Reino na Terra.

Estamos tendo as últimas oportunidades e não devemos desperdiçar ocasiões de servirmos  ao próximo, ou aceitarmos ser servidos, nas necessidades efetivas, reciprocamente, sem ociosidade viciosa. Não há ‘bolsa amor’.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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