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Uma lógica cristã, lógica

Postagem de um amigo, transparecendo que não está muito convicto de sua  falta de crença em Deus e na vida após a morte, gerou polêmica  ao colocar, ironicamente, o que dizia ser a ‘lógica cristã’.

      Na publicação aparece um quadro com duas pessoas. A primeira à direita com seguinte descrição: matou, estuprou, roubou, se converteu um dia antes de morrer e foi para o céu. À esquerda, a outra: ‘honesto, estudioso, fazia caridades. Era ateu, morreu e foi para o inferno’.

      Não é bem assim, comentei, e aqui ouso apresentar o que entendo ser uma  lógica cristã, lógica baseado em informações do próprio Cristo , extraídas das ditas escrituras sagradas,  no Novo Testamento, e à luz do filosofia espírita cristã.

      Em S. João, 3:1 a 12, encontramos  uma passagem, que resumimos assim : Um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus, se encontrou com  Jesus e lhe disse: “Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele.”       Jesus lhe respondeu: “Em verdade, em verdade digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.”
 Nicodemos
questionou: “Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?”  Jesus, então esclareceu: Se um homem não renasce da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te admires de que eu te haja dito ser preciso que nasças de novo. O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito.

      Aqui está clara a afirmação que  ninguém pode ver o reino de Deus, ir para o céu, portanto, se não nascer de novo,   tratando  da reencarnação, o que é comprovado em outras passagens” (S. Mateus, 16:13 a 17; S. Marcos, 8:27 a 30)  assim resumidas:

      Jesus interrogou assim seus discípulos: “Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?” Eles lhe responderam: “Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas.” (…)

 Nesse ínterim, Herodes ouvira falar: uns diziam que João Batista ressuscitara dentre os mortos; outros que aparecera Elias; e outros que um dos antigos profetas ressuscitara. Disse então Herodes: “Mandei cortar a cabeça a João Batista; quem é então esse de quem ouço dizer tão grandes coisas ?” E ardia por vê-lo. (S. Marcos, 6:14 a 16; S. Lucas, 9:7 a 9.)

       Seus discípulos então o interrogaram: “Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?”Jesus  respondeu: (…) mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem. Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara. (S. Mateus, 17:10 a 13; S. Marcos, 9:11 a 13.)

       A ideia de que João Batista era Elias e de que os profetas podiam reviver na Terra se nos depara em muitas passagens dos Evangelhos. Se fosse errônea essa crença, Jesus não houvera deixado de a combater, como combateu tantas outras. Longe disso, ele a sanciona com toda a sua autoridade e a põe por princípio e como condição necessária, quando diz: ‘”Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.

      Esta é a lógica cristã, mais lógica: Ninguém vai para o céu, (colônias espirituais onde prevalece o bem), e a vida prossegue. Nem para inferno, ( regiões de sofrimentos), fora do mundo físico. Quase todos estamos numa espécie de purgatório, precisando renascermos , até alcançarmos a perfeição relativa ( perfeito só Deus), qualquer que seja a  religião, ou  falta de uma.

      Não basta aos criminosos a ‘conversão’. Os ateus bons não vão para o ‘inferno’. Todos terão que reencarnar,  mas os criminosos sofrerão as consequências dos crimes, na erraticidade e na volta a um corpo físico.

Akino Maringá, colaborador.
Foto – Reprodução

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