Como você lida com o envelhecimento? Se você é jovenzinho, talvez nem pense nisso. Mas quando o primeiro cabelo branco aparece, é quase impossível não lembrar deste processo que é natural, e que envolve a todos nós.
O envelhecimento é doloroso, difícil, mas também é um presente. Muita gente não tem o privilégio de envelhecer. Todos os dias, crianças morrem com alguns poucos dias de vida; outras na adolescência; pessoas morrem na juventude ou na vida adulta. Por isso, repito uma frase que ouvi tempos atrás: o velho nada mais é do que um jovem que deu certo.
Porém, sei que não é nada fácil aceitar os cabelos que vão ficando brancos – ou caindo -, a pele flácida, as rugas… E principalmente o corpo que deixa de ter a mesma força, vitalidade. Além disso, a própria mente começa a esquecer as coisas, a visão vai cansando… E as dores se tornam parte da rotina.
A passagem do tempo é inevitável. Não dá para fugir. E resistir nem sempre é saudável. Esta resistência pode manifestar-se de diversas formas, desde a negação até o esforço extremo para manter a aparência jovem a qualquer custo.
Estudos revelam que a dificuldade em aceitar o envelhecimento está profundamente enraizada no medo da perda: perda da juventude, da beleza, da saúde e da vitalidade. A dificuldade é amplificada por uma sociedade que valoriza excessivamente a juventude e associa o envelhecimento a uma diminuição da relevância e da capacidade.
A “crise dos enta” reflete não apenas um desconforto com a idade em si, mas também com a percepção de que o tempo para realizar sonhos e objetivos está se esgotando.
Em um esforço para combater os sinais visíveis do envelhecimento, muita gente recorre a medidas extremas, desde dietas e exercícios rigorosos até intervenções cirúrgicas e tratamentos estéticos invasivos.
Embora cuidar da saúde e da aparência seja importante, a obsessão em se manter jovem a qualquer custo pode levar a uma série de consequências negativas, incluindo problemas de saúde física e mental. Sabe por quê? Porque a maioria das estratégias utilizadas são apenas paliativas. Só existe uma maneira de evitar o envelhecimento: morrer antes de ficar velho.
Por isso, se a busca por retardar o envelhecimento for acompanhada por resistência, por não aceitação, a mente vai adoecer. A pessoa vai estar com uma aparência mais jovem, mas ansiosa, descompassada emocionalmente.
Por isso, ficam aqui algumas sugestões. Para enfrentar o envelhecimento de forma positiva, é essencial adotar uma abordagem equilibrada que valorize o bem-estar físico, mental e emocional.
A primeira e mais importante sugestão é: aceitação. Converse com você mesmo/a, trabalhe isso aí na sua cabeça. Você pode não gostar da ideia, mas precisa aprender a aceitá-la ou vai sofrer. Reconhecer e aceitar o envelhecimento como um processo natural e inevitável é o primeiro passo para lidar com ele de maneira saudável.
Segunda sugestão: mantenha uma rotina de cuidados com a saúde, incluindo alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, e cuidados com a saúde mental.
Terceira: Cultive relacionamentos. Pior do que as rugas e um corpo cansado, é envelhecer sozinho/a. Relacionamentos significativos e uma rede de apoio social podem ajudar a combater a solidão e promover um envelhecimento saudável.
Quarta: Não pare de aprender. Muito mais do que o cuidado estético é o cuidado com cérebro. Deixar de aprender é parar no tempo. A jovialidade que tanta gente busca começa numa mente jovem – cabeça atualizada, abertura para o saber, aprendizado constante. Portanto, busque oportunidades de aprendizado e crescimento pessoal, explorando novos hobbies, interesses e atividades.
Por fim, adote uma postura de gratidão e esperança. Lembre-se das bênçãos de Deus em sua vida e seja grato. Cada cabelo branco que aparece é um dia a mais que Deus tem nos concedido. E alimente em sua mente a esperança nas promessas de Deus. O futuro de todos nós está nas mãos do Pai.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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