As seguidas contusões que sofreu após deixar o Barcelona, buscando no PSG um protagonismo que jogando ao lado de Messi não tinha, deveriam fazê-lo repensar a vida, acredito.
Falamos de Neymar, que último jogo da seleção brasileira teve a pior lesão da carreira, com previsão de oito meses para recuperação, no começo de contrato com um clube Saudita, por 2 anos, para receber € 320 milhões, ou cerca R$ 70,6 milhões mensais.
Segundo a “Forbes”, havia ganho, antes desse contrato , US$ 717,5 milhões (quase R$ 3,5 bilhões), entre salários e comerciais, acumulando patrimônio de mais de R$ 4 bilhões. Já não é mais, fisicamente, o mesmo atleta e as constantes lesões decorreriam disso.
Sinais, fortes sinais, diria o eterno candidato à presidência, Eymael, para Neymar repensar a atual existência. Se eu pudesse dar-lhe um conselho, diria que propusesse a rescisão do contrato bilionário que fez recentemente, voltasse ao Brasil e passasse a empregar produtivamente boa parte do dinheiro acumulado, desfazendo-se de bens supérfluos, como um apartamento de R$ 60 milhões, em Balneário Camboriú , dentre outros imóveis de lazer, que não consegue usufruir. Diria que cuidasse da constituição de uma família e da criação dos dois filhos, dando-lhes uma educação mais presente.
Tem um talento, que não deveria desperdiçar. Falando em talento, reflitamos sobre a parábola evangélica, narrada em (S. MATEUS, 25:14 a 30.)
‘O Senhor age como um homem que, tendo de fazer longa viagem fora do seu país, chamou seus servidores e lhes entregou seus bens. Depois de dar cinco talentos a um, dois a outro e um a outro, a cada um segundo a sua capacidade, partiu imediatamente. Então, o que recebeu cinco talentos foi-se, negociou com aquele dinheiro e ganhou cinco outros.
O que recebera dois ganhou, do mesmo modo, outros tantos. Mas o que apenas recebera um cavou um buraco na terra e aí escondeu o dinheiro de seu amo. Passado longo tempo, o amo daqueles servidores voltou e os chamou a contas.
Veio o que recebera cinco talentos e lhe apresentou outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; aqui estão, além desses, mais cinco que ganhei. Respondeu-lhe o amo: Servidor bom e fiel; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor.
O que recebera dois talentos apresentou-se a seu turno e lhe disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; aqui estão, além desses, dois outros que ganhei. O amo lhe respondeu: Bom e fiel servidor; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor.
Veio em seguida o que recebeu apenas um talento e disse: Senhor, sei que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e colhes de onde nada puseste; por isso, como te temia, escondi o teu talento na terra; aqui o tens: restituo o que te pertence.
O homem, porém, lhe respondeu: Servidor mau e preguiçoso; se sabias que ceifo onde não semeei e que colho onde nada pus, devias pôr o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, regressando, eu retirasse com juros o que me pertence. Tirem-lhe, pois, o talento que está com ele e dêem-no ao que tem dez talentos; porquanto, dar-se-á a todos os que já têm e esses ficarão cumulados de bens; quanto àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça ter; e seja esse servidor inútil lançado nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes.’
Por analogia, podemos entender que Neymar recebeu um só talento, mas muito valioso, que lhe permite ganhar muito dinheiro. O que tem feito com ele, considerando que é apenas depositário, servidor no Reino de Deus?
E nós, quantos talentos recebemos e como os estamos aplicando? Médicos, enfermeiros, advogados, professores, servidores públicos garis e qualquer outra profissão. Pais, filhos, avós, esposos (as), parentes, vizinhos. Quais são os nossos talentos.
Cuidemo-nos para não perdermos tudo.
Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução