O Hospital Psiquiátrico de Maringá lançou ontem a campanha com o tema ‘Você não está só’. Ação faz parte do Setembro Amarelo, iniciativa nacional com o objetivo de chamar a atenção, durante todo o mês, para o suicídio; e assim, discutir formas de combate e prevenção à prática.
De acordo com o médico psiquiatra Paulo Vecchi Abdala, Diretor Clínico do Hospital Psiquiátrico, ao invés de julgar é preciso oferecer apoio diante de uma pessoa com um transtorno mental, emocional ou que esteja passando por momentos de angústia. Além disso, orientar a procura por ajuda.
“Duas palavras são essenciais quando se trata desse tema: negligência e empatia. Ao mesmo tempo em que não podemos negligenciar quaisquer fatores que possam levar uma pessoa a tirar sua própria vida, precisamos esbanjar empatia, que é a capacidade de entender a situação de outra pessoa e auxiliar nos momentos difíceis”, disse o médico.
Para Abdala, um dos fatores que não pode ser negligenciado é o transtorno ou doença mental, como a depressão, que é uma importante causa para o suicídio. Uma maneira de prevenção é ter políticas públicas adequadas e cada cidadão entender que também pode mudar a história de outra pessoa. Tudo isso foi intensificado em tempo de pandemia, uma vez que existem indícios para o aumento de suicídio durante esse período.
“Quanto mais a doença se espalha, mais efeitos de longo prazo podem ser sentidos em diversas áreas da vida, gerando um maior impacto sobre populações consideradas como vulneráveis e, portanto, podendo afetar os índices de comportamento suicida”, completou o diretor do Hospital Psiquiátrico.
SINAIS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e organizações parceiras pedem um aumento maciço nos investimentos em saúde mental, considerada uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública. O Ministério da Saúde diz que “não há uma ‘receita’ para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida.”
Acontece que, um indivíduo em sofrimento pode dar sinais e os familiares e amigos próximos precisam ficar atentos. Alguns exemplos são: o aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos duas semanas; preocupação com a própria morte ou falta de esperança; expressão de ideias ou de intenções suicidas; e isolamento.
Victor Cardoso
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