Professores e alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que compõe a startup Smart Research Laboratory (SRL), desenvolveram um sistema de automação com comando de voz para quartos hospitalares. Dessa forma, o paciente pode ligar ou desligar as luzes, o chuveiro e a torneira, tudo utilizando um assistente virtual comandado pela voz. Também é possível comunicar por meio de chamada de vídeo com a equipe de saúde. O projeto piloto está instalado no setor de isolamento da nova ala de internação adulta do Hospital Universitário (HU).
“A iniciativa surgiu quando o grupo de pesquisa foi um dos vencedores do programa Sinapse de Inovação com o projeto de uma válvula inteligente. Durante um ano e meio melhoramos este projeto permitindo que a válvula seja acionada remotamente e também desenvolvendo o controle de fluxo de água. A partir daí, pensamos em estender essa tecnologia para contemplar pessoas que tinham dificuldades físicas motoras. Foram quatro anos de pesquisa para que o projeto chegasse a esse nível de maturidade”, informou Sandro Lautenschlager, professor do departamento de engenharia civil (DEC) da UEM.
O medidor de fluxo e a válvula inteligente foram acoplados aos equipamentos do banheiro e depois conectados a assistente virtual com os dispositivos. Na próxima etapa, segundo os envolvidos no desenvolvimento, o objetivo é que seja possível regular a temperatura do chuveiro e acionar a descarga do vazo sanitário. Lautenschlager destacou ainda que não ter o toque num local com muita rotação de pessoas, como um quarto de hospital, é importante no aspecto microbiológico, pois evita possíveis contaminações. Para os que tem limitação física, como andar ou movimentar membros, o sistema também auxilia e dá independência.
“Essas soluções aumentam a segurança do paciente e diminui a exposição da equipe de saúde em casos de internação de pessoas com doenças infectocontagiosas. Esse sistema agiliza o trabalho da enfermagem, pois vai diminuir o tempo de espera em alguma solicitação do paciente. Acredito que usar as novas tecnologias a favor da saúde é fundamental para melhorar cada vez a assistência prestada”, ressaltou a enfermeira, Ghisleine Antunes da Silva.
Neste pós-pandemia, tornou-se necessária a evolução de processos e a expansão da conectividade que possibilitará a integração e fornecendo a experiência do paciente neste universo de tecnologia hospitalar. Elisabete Kobayashi, superintendente do HU, diz que a unidade vem investindo amplamente em tecnologias. A telemedicina, cirurgias minimamente invasivas são exemplos de aceleração e evolução.
Esse sistema é pioneiro no Paraná e o HU se torna o primeiro hospital da rede pública estadual a receber este tipo de tecnologia. Até 2023, a tecnologia deverá estar em 20 quartos do hospital.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução
