A campanha ‘Busão Sem Assédio’ é mais uma ação para proteger as mulheres que, frequentemente, são vítimas de abusadores durante as viagens no transporte coletivo. O evento de lançamento será na próxima segunda-feira, dia oito, a partir das nove horas no Terminal Urbano de Maringá. A iniciativa é da Secretaria da Mulher (Semulher) com o objetivo de ampliar as políticas públicas de proteção às mulheres.
Essa promoção da segurança feminina é mais uma atividade do Agosto Lilás que busca a conscientização da população para esse tipo de assunto. Um mês dedicado ao enfrentamento à violência contra as mulheres. Os atendimentos que forem necessários nos ônibus do transporte público ou corridas por aplicativos serão realizados pela Patrulha Maria da Penha e Guarda Civil Muinicipal. Os agentes estão aptos para realizar as abordagens e prestar suporte à vítima.
“As ações de proteção às mulheres serão permanentes. Nós garantimos a continuidade. Infelizmente, não é apenas em um único mês que temos relatos de assédio, abuso ou violência. Precisamos estar sempre atentos às mulheres, nossa rede de proteção não pode parar. Desde 2019, a Semulher distribuiu 73 botões do pânico para mulheres que estão sendo monitoradas pela Patrulha. Objetivo é garantir a segurança e aumentar a proteção”, reforçou a secretária da Mulher, Terezinha Pereira.
Dados da secretaria apontam que o primeiro acionamento do botão, em 2022, aconteceu no início do ano, três horas após a entrega do item para a vítima. O agressor foi preso neste caso. Toda população pode auxiliar no trabalho denunciando situações de agressão nos números: 153, Patrulha Maria da Penha; 190, Polícia Militar; 180, Centro de Atendimento à Mulher; e 156, Ouvidoria Municipal. Ainda durante agosto, também acontece a inauguração da Sala Lilás, no Procon, para orientações e acolhimento às mulheres.
PESQUISA
Quase todas as brasileiras com mais de 18 anos (97%) afirmaram que já passaram por situações de assédio sexual no transporte público, por aplicativo ou em táxis, segundo pesquisa dos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva. Os institutos entrevistaram, em fevereiro deste ano, 1.081 mulheres que utilizaram transporte público ou privado nos três meses anteriores à data do início do estudo. As entrevistadas foram ouvidas em todas as regiões do Brasil: Sudeste: 38% (416 entrevistas), Nordeste: 22% (236), Centro-Oeste+Norte: 20% (219) e Sul: 20% (210).
Ainda de acordo com os dados colhidos, quase todas as mulheres responderam que já passaram por ao menos uma das situações, como olhares insistentes (41%) no transporte coletivo, (10%) no transporte por aplicativo e (11%) no táxi, cantadas indesejadas (33%) no coletivo e (9%) nos aplicativos e táxis.
Victor Cardoso
Foto – DIV