No Brasil, a denominada ‘Marcha para Jesus’, tem sido usada politicamente, e neste ano praticamente se transformou quase num evento de campanha de pré-candidatos.
Com o intuito de reunir fiéis de várias denominações protestantes, no Brasil começou organizada pela Igreja Renascer em Cristo, no Brasil, envolvendo outras denominações, para trazer às ruas as igrejas, que marcham atrás de trios elétricos.
Em vários estados reúnem-se caravanas de diversos lugares, que encontram em um determinado ponto e vão “marchando” até um local com palco, para eventuais shows, e pregações. A primeira edição foi realizada em 1993, em são Paulo, saindo da Av. Paulista, desceu a Av. Brigadeiro Luís Antônio e chegou ao Vale do Anhangabaú para a concentração.
Com essas informações sobre o evento, queremos propor reflexões a começar pelo título que poderia ser: Marcha para Jesus, organizada por ‘evangélicos’.
E que são os evangélicos? Equivocamente, a meu ver, são chamados de evangélicos os não católicos, que antigamente eram os crentes protestantes. A palavra evangélico remete ao evangelho. Assim entendo que evangélico é todo aquele que baseia sua fé religiosa nos evangelhos escritos sobre a vida e os ensinamentos morais de Cristo. Logo evangélicos são os católicos, testemunha de Jeová, espíritas e outros, até os sem religião, que filosoficamente adotam a conduta do Mestre de Nazaré,
Do mesmo modo que considerar um só grupo, como evangélicos me parece uma apropriação indébita, também é admitir que esse seguimento se considere Cristão, com exclusividade, pois entendo que todo aquele que pauta sua vida nos ensinos do Cristo, como na passagem nesta: ‘Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.’ João 14:6, é Cristão
À luz da doutrina cristã espírita, Jesus nos mostrou o caminho para acessarmos o nosso cristo interno. Todo o seu ensino é o caminho. O objetivo do caminho é o reino de Deus, ou dos céus, como queiramos. Jesus não veio para nos salvar, mas mostrar o caminho. Cada um tem uma potencialidade Crística dentro de si. Um dia seremos tão elevados quanto Ele. Coisa de milênios. Mas chegaremos lá.
Estamos aqui para aprender. Nosso destino é a felicidade. Alguns caminham mais depressa, outros mais devagar. Ao longo dos séculos, através de múltiplas reencarnações, damos muitas voltas, andamos em círculos. Teimamos em aceitar o caminho reto das Leis de Deus. Mas chega o momento em que decidimos entrar no caminho, e essa decisão é definitiva. É um caminho sem volta. Quem entra nele não quer mais parar, já que retroceder é impossível. É algo diferente de tudo o que se experimentou ou imaginou. O ‘GPS’ de Jesus não erra.
No Evangelho encontramos o exemplo do cego Bartimeu, narrado assim: Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de lá com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim. E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim. E Jesus, parando, disseram que o chamassem; e lhe disse: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus.
E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego respondeu: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.” Mateus 10:46-52’
Assim, concluímos que devemos caminhar, (marchar só alguns conseguem) não do sentido literal do verbo, e ajudando os que estão em dificuldades na caminhada. Isto é diferente de um evento midiático, que mais parece uma manifestação política, explorada por ‘falsos profetas’, cristãos duvidosos, buscando votos dos evangélicos, verdadeiros, ou não, alguns de rebanhos de ‘pastores’ que foram notícia, recentemente.
Akino Maringá, colaborador
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