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Poder, autoridade e o toma lá, da cá

O deputado federal Felipe Barros, em recente entrevista se apresentou como pré-candidato ao governo do estado, o que é surpreendente para um jovem de 31 anos, aparentemente com poucas chances de êxito, ao contrário do que seria numa candidatura à reeleição para a câmara federal, ao até mesmo à assembléia legislativa.
           
Barros se  disse um soldado do presidente da república e   que não tem ‘carreira solo’, seguindo diretrizes da maior autoridade política do país, dando a entender que por ele vai para o sacrifício. E agindo de maneira até deselegante e irônica, chamou o atual governador de ‘rato junior’, mostrando que realmente é um ‘bolsonarista raiz’, acusando indiretamente de ingratidão do chefe do executivo paranaense, o governador  Carlos Massa Ratinho Junior.
           
Falou que o governo federal mandou muitos recursos para o estado  deixando implícito que esperava apoio político para a reeleição do presidente,  como forma, pelo que entendemos,  de  uma espécie de pagamento pelos recursos transferidos para o Paraná, na prática do que não deixa de ser um toma lá, dá cá, esquecendo que ao transferir recursos para estados e municípios, o governo federal não está fazendo mais que uma obrigação constitucional de poder e autoridade.
           
Falando em poder e autoridade, vejamos um texto para nossa reflexão:
 
‘Na dinâmica da vida social, o poder exerce forte fascínio sobre as criaturas. Muitas pessoas desejam ocupar cargos que lhes conceda poder sobre outros indivíduos, mas poucas sabem exercer esse encargo com autoridade. Ter poder não é o mesmo que ter autoridade. O poder é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não fazer.

A autoridade é a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que se quer, por causa de sua influência pessoal. Para exercer o poder não é necessário ter coragem nem inteligência avantajada. Crianças menores de dois anos são mestras em dar ordens a seus pais.

A história da Humanidade registrou os feitos de muitos governantes déspotas e insensatos. Mas, para ter autoridade sobre pessoas é preciso um conjunto de habilidades especiais. Uma pessoa pode exercer autoridade, mesmo não estando num cargo de poder, enquanto outra pode estar no poder e não ter autoridade alguma sobre seus subordinados.

Em uma sociedade injusta, o poder pode ser vendido e comprado, dado e tomado. As pessoas podem ser colocadas no poder porque são parentes ou amigas de alguém, porque têm dinheiro, uma posição social de destaque ou outra conveniência qualquer.

Mas com a autoridade isso não ocorre. A autoridade não pode ser comprada nem vendida, nem dada ou tomada. Diz respeito a quem você é como pessoa, ao seu caráter e à influência que exerce sobre terceiros. Para estabelecer autoridade, o líder precisa ser honesto, confiável, responsável, respeitoso, entusiasta, afável, justo, dar bom exemplo, ser bom ouvinte. Quem não tem autoridade pensa só nas tarefas e exige que suas ordens sejam cumpridas. Quem tem autoridade pensa nas tarefas, mas cuida também dos relacionamentos.

No processo administrativo há sempre essas duas dinâmicas em jogo: a tarefa e o relacionamento. Atender uma, em detrimento da outra, é caminho curto para o fracasso.
E conseguir o equilíbrio entre ambas é uma característica de quem exerce liderança com autoridade.

Assim sendo, se você é um líder e precisa lembrar isto às pessoas, é porque você não é. Mas se você não está no poder e mesmo assim as pessoas buscam suas orientações, é porque você tem autoridade. Pense nisso, e lembre-se: liderar é executar as tarefas que estão sob sua responsabilidade ao tempo em que constrói bons e duradouros relacionamentos.

O líder ideal é aquele que, pela sua autoridade intelecto-moral, inspira os seus colaboradores e os eleva à condição de amigos. Quem tem autoridade efetiva não teme perdê-la ao se aproximar dos outros e tratá-los exatamente como gostaria que os outros o tratassem.

Assim, se você é responsável pela condução de outros seres, medite quanto à responsabilidade que lhe cabe sobre os destinos dessas pessoas e procure ser alguém com autoridade, e jamais apenas alguém que detém o poder. Pense nisso e procure ouvir os que convivem com você mais de perto.’

Que este texto da Redação do Momento Espírita, com base no livro O Monge e Executivo, sirva para refletirmos  sobre as lideranças que queremos ter, e as próximas eleições são mais uma oportunidade de boas escolhas.

Escolhamos verdadeiros líderes, e que o toma lá, dá cá, no pior sentido da expressão, vá pouco a pouco sendo eliminado.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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