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TCCC aponta inverdades noticiadas e lamenta falta de acordo com trabalhadores

Após dois dias de Assembleia Geral, os trabalhadores do transporte coletivo de Maringá negaram a proposta de reajuste apresentada pela empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC) e Cidade Verde. Com isso, a partir de segunda-feira os trabalhadores aprovaram a paralisação do serviço. Foram 283 votos a favor, de um total de 297 votantes; na Cidade Verde, foram 94 votos a favor, de um total de 122 votantes. A greve é por tempo indeterminado.

De acordo com o assessor jurídico da TCCC, Fabiano Moreira, o município, depois da determinação judicial, promoveu o reajuste da tarifa do transporte coletivo urbano de passageiros, que estava congelada desde o mês de junho/2019. Explicou que, ainda que tenha reconhecido que o custo da tarifa seja R$ 5,45 (mov. 69.1, processo n. 0007980-57.2021.8.16.0190, 2ª Vara da Fazenda de Maringá), a Prefeitura decretou o preço da tarifa no valor de R$ 5,00.

A diferença de R$ 0,45, conforme informado nos autos judiciais será arcada ‘mediante o custeio pelo Município de 100% do passe do estudante, conforme estudo da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), a fim de não onerar o usuário pagante. Esse fato foi um dos motivos levados em consideração para decidir pela paralisação. Dessa forma, Emerson Viana, diretor do Sinttromar, explicou que a categoria não aceitou o reajuste de 8,89% proposto; todavia, se houver outra proposta, essa será apreciada na segunda-feira com o serviço suspenso no município. A crítica é que, enquanto a TCCC receberia reajuste de 16,3% no valor da tarifa, os trabalhadores não saberiam qual o índice de reajuste real de salário.

“Lamentamos a posição do sindicato em fomentar a paralisação do transporte coletivo de passageiros, medida que causará graves prejuízos aos seus usuários com a falta desse serviço essencial, porque recusa-se a aceitar a proposta de reajuste salarial de 8,89% durante a crise econômica atual, em que milhares de brasileiros perderam seus empregos”, disse o assessor jurídico da TCCC.

Sobre o assunto Fabiano Moreira ainda fez diversos apontamentos sobre inverdades que estariam sendo publicadas pelo Sinttromar com o objetivo de inflamar os trabalhadores e atingir toda a comunidade.

“Lamenta-se profundamente a fake news divulgada em redes sociais pelo Sinttromar. Primeiro porque as questões que envolvem a tarifa do transporte coletivo vem sendo debatidas em autos judiciais cujo acesso é público; segundo porque a forma do custeio da diferença dos R$ 0,45 centavos é medida que compete ao Poder Público; terceiro porque é inverídico que essa diferença tarifária custará a exorbitante cifra de R$ 500 milhões aos cofres públicos; quarto, porque o reajuste aplicado tem o condão de repor o reajuste inflacionário não se confundido com a revisão tarifária; e cinco, porque a tarifa do transporte de Maringá não é a mais cara do Estado, vez que a tarifa do transporte coletivo urbano de passageiros de Curitiba conta como vultoso subsídio bancado tanto pela Prefeitura da referida cidade, quanto pelo Governo do Estado do Paraná. Referente ao transporte metropolitano da região de Curitiba, o Governo do Estado do Paraná também injeta grande soma de dinheiro como subsídio mensal”, enumerou Moreira.

Moreira informou ainda que as negociações com o Poder Público visam reestabelecer prejuízos que já ocorreram no período de 2019 até 2021. Os cálculos desses números são bastante técnicos dependem de vários fatores. Se considerado o aumento dos insumos e elementos que compõem a tabela tarifária, a empresa ainda estaria aquém do necessário para sustentabilidade do negócio.

“A TCCC tem procurado diálogo com a administração municipal para solucionar todos os problemas pendentes, por enquanto não há como avançar e o repasse é feito de acordo com o que o poder concedente nos autoriza”, concluiu ele.
RECURSOS
Sobre o assunto, o prefeito Ulisses Maia disse que está negociando com o Governo Federal na busca de recursos que possam manter ou reduzir o valor da passagem. Informou que o trabalho é para que a tarifa não seja elevada a ponto de se tornar inviável e deixar de incentivar o uso do transporte coletivo.

“Estamos brigando muito até com a Frente Nacional dos Prefeitos para termos apoio do Governo Federal. Já tratamos com Ministro da Economia, presidente do Senado e Câmara para que o Governo Federal pague o benefício dos idosos e a Prefeitura outras gratuidades. Com isso viabilizaria o funcionamento do transporte coletivo sem passagem mais cara. Agora em relação aos trabalhadores, é uma relação patrão e empregado. Queremos que isso seja resolvido, uma vez que a greve não é a melhor solução para ninguém”, concluiu Ulisses Maia.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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