Início Maringá Profissionais do Hospital Municipal farão parte de clube de descontos

Profissionais do Hospital Municipal farão parte de clube de descontos

O grupo Hub da Saúde, que reúne representantes do Sebrae, Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) e da Sociedade Médica, lançou um projeto para valorizar o ecossistema da saúde, onde empresas poderão oferecer descontos para profissionais do Hospital Municipal (HM). As ações ainda serão definidas, mas já estão programados um café da manhã e um clube de descontos para os trabalhadores. Afinal, em uma pesquisa ficou constatado que todos sentem falta de reconhecimento.

Esse sentimento de não ser valorizado o quanto merecem, de acordo com o presidente do Hub e vice-presidente da Sociedade Médica de Maringá, o nefrologista Luiz Eduardo Amado, já era forte antes da pandemia e intensificou no momento em que passaram a atuar na linha de frente do combate à Covid-19. O serviço prestado se fez ainda mais importe, todavia os profissionais continuaram a ser desvalorizados.

“A iniciativa é uma forma de valorizar esses profissionais da Saúde. Encontros serão realizados para que os benefícios se estendam para outros hospitais da Cidade; o início é no HM por ser referência no atendimento a pacientes infectados pelo novo coronavírus. Queremos organizar e estimular o ecossistema em saúde aqui da região, fazer ações e conexões em prol da saúde. A partir de um diagnóstico da realidade enfrentada, serão elaboradas uma série de ações. O plano é untar empresas parceiras para criar um clube de descontos”, explicou Amado.

IMPACTO

De acordo com os resultados da pesquisa Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19, realizada pela Fiocruz em todo o território nacional, a pandemia alterou de modo significativo a vida de 95% desses trabalhadores. Os dados revelam que aproximadamente 50% admitiram excesso de trabalho ao longo desta crise mundial de saúde, com jornadas para além das 40 horas semanais, e um elevado percentual (45%) deles necessita de mais de um emprego para sobreviver.

 Os participantes da pesquisa também relataram o medo generalizado de se contaminar no trabalho (18%), a ausência de estrutura adequada para realização da atividade (15%), além de fluxos de internação ineficientes (12,3%). Foram também detectadas graves e prejudiciais consequências à saúde mental daqueles que atuam na assistência aos pacientes com Covid-19.

Segundo a pesquisa, as alterações mais comuns no cotidiano foram perturbação do sono (15,8%), irritabilidade/choro frequente/distúrbios em geral (13,6%), incapacidade de relaxar/estresse (11,7%), dificuldade de concentração ou pensamento lento (9,2%), perda de satisfação na carreira ou na vida/tristeza/apatia (9,1%), sensação negativa do futuro/pensamento negativo, suicida (8,3%) e alteração no apetite/alteração do peso (8,1%). A desvalorização pela própria chefia (21%), a grande ocorrência de episódios de violência e discriminação (30,4%) e a falta de reconhecimento por parte da população usuária (somente 25% se sentem mais valorizados) também afligem os trabalhadores.

Victor Cardoso
Foto – Reprodução

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