O Governo do Paraná autorizou o retorno das aulas presenciais, em modelo híbrido, a partir de amanhã na rede particular e na segunda-feira para escolas públicas. O anúncio gerou discussão entre os interessados diretamente no assunto, professores e prefeitos. a APP-Sindicato, por meio de um vídeo publicado em redes sociais informou que a categoria já deliberou greve assim que as aulas voltarem.
“Nós da APP-Sindicato deliberamos greve a partir do momento em que o Governo anunciar o retorno das aulas sem vacinação. Estamos fazendo uma luta pela vacinação de toda população brasileira e, sobretudo, dos professores e funcionários de escola. Por isso, assim que o Governo anunciar o retorno das aulas sem vacina, é greve. Porque a prioridade é a defesa da vida”, disse a professora Vilma Garcia, presidente do sindicato.
Como embasamento para a decisão, a APP-Sindicato apresentou números da situação atual da pandemia no Paraná, como os mais de 90% de ocupação de leitos exclusivos Covid-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI); além dos mais de 12,4 mil mortos em decorrência da doença.
AMUSEP
No último domingo aconteceu uma reunião extraordinária, agenda as pressas, dos prefeitos de cidades que pertencem a Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep). Objetivo foi discutir o retorno das aulas presenciais no Paraná. O resultado da votação foi todos contra a retomada das atividades nas escolas.
“O decreto do Estado flexibiliza algumas coisas, dentre elas o retorno das aulas presenciais, a partir de quarta-feira e segunda-feira no Estado. A gente precisava coletar informações dos 30 municípios da Amusep e encaminhar a decisão. De forma unânime o voto foi pelo não retorno das aulas devido a situação caótica nos hospitais; e, de uma maneira unida, a Amusep vai flexibilizar o comércio com medidas restritivas para voltar ao normal aos poucos. Mas sobre as aulas, a decisão é unânime para que não aconteça conforme proposto pelo Governo”, disse o prefeito de Ângulo e presidente da associação, Rogério Bernardo.
Dessa forma ficou decidido que os administradores municipais não vão permitir o retorno de 30% das aulas presenciais. Ratinho Júnior, Governador do Paraná, disse que a ida da criança para escola não é obrigatória, os pais e responsáveis vão tomar a decisão. Ele reforçou que “estamos tendo muitos casos de jovens com problemas psicológicos por não ter mais o convívio escolar e por não ter o aconselhamento dos professores, que além da questão pedagógica acaba sendo um influente na vida dessa criança.”
MANIFESTAÇÃO
Enquanto isso, mais uma carreata pedindo prioridade à educação e volta as aulas nas escolas aconteceu em Maringá. Os manifestantes finalizaram o percurso pelo município parando em frente ao condomínio onde mora o Prefeito Ulisses Maia. O ato foi formado por pais e diretores de escolas particulares, lamentando a mudança nos decretos, já que os estabelecimentos foram autorizados no início do ano a receber alunos.
Quem participou da carreta se dizia preocupado com a saúde mental dos filhos que estão com comportamento alterado, incluindo sintomas de depressão por conta da falta do convívio diário com amigos e professores. Sobre a manifestação a Prefeitura apenas comunicou que não vai se pronunciar.
Victor Cardoso
Foto – O Fato Maringá
