Uma manifestação dos representantes do setor de eventos de Maringá mobilizou as avenidas da cidade na manhã de ontem. Parados, com trio elétrico e discursos dirigidos à prefeitura, os organizadores cobram a retomada dos serviços imediatamente. Eles relatam os prejuízos causados pela pandemia e pelos decretos municipais que não favorecem a categoria, que está parada há exatos 333 dias.
Com a flexibilização para várias categorias, o setor também quer relaxamento das exigências para que retomem os serviços e se restabeleçam no mercado. “Estamos numa situação muito difícil. Dispensamos funcionários e não estamos com perspectivas de retomada. Precisamos de um novo decreto que favoreça nossa categoria”, disse Marcelo Oliveira, do Buffet Evento Perfeito.
Durante a manifestação eles pediram que o município apresente um novo decreto que libere os eventos com pelo menos capacidade de 50% de atendimento ao público e se mostraram descontentes com a postura do município. “Não somos invisíveis”, disse um dos manifestantes.
O empresário Rony Guimarães, proprietário do Moinho Vermelho, explica que o setor pediu a liberação de eventos nem que seja sem a capacidade total de público. Para isso, é preciso que um novo decreto seja publicado agora, para que os eventos, que são organizados com antecedência, comecem a ser realizados nos próximos meses.
“Nós exigimos mais urgência, pois os eventos não voltam de imediato. Um evento organizado demanda tempo para ser preparado. Não é de um dia para o outro. A nova equipe administrativa da prefeitura que nos recebeu ontem pareceu mais receptiva e comprometida com a coerência e com as necessidades do setor de eventos organizados. Os eventos desorganizados, os clandestinos, que não seguem nenhuma regra, continuam acontecendo desde o começo da pandemia e vão continuar e estão recebendo muita gente sem nenhuma proteção exigida pelos protocolos. Clamamos por um decreto urgente para poder retomar os eventos até abril”, explicou.
PREFEITURA
O secretário Marcos Cordiolli, da Siacom, apresentou a concepção da Prefeitura de Maringá em relação às regulações do setor de entretimentos de Maringá. “Após o isolamento prolongado, a população precisa de lazer moderado, frequentar bares, restaurantes, cinemas, parques e áreas de lazer. No entanto, elas devem ter consciência das medidas de autoproteção à covid-19. E os empreendimentos de entretenimentos precisam ser ambientes seguros”.
Seguindo esta nova filosofia de atuação, a prefeitura vem liberando gradativamente as atividades de entretenimento. “Apelamos para a conscientização das pessoas que frequentam estas atividades e confiamos no profissionalismo dos empreendedores e seus colaboradores para que todas as regras de segurança sejam seguidas.”
Marcelo Puzzi, secretário de Saúde, alertou que a preocupação com a pandemia ainda existe, mas que muitas pessoas têm a falsa impressão de que estão seguras e, com isso, não tomam as medidas necessárias. O secretário se colocou à disposição do setor de eventos, bares, hotéis e restaurantes para contribuir na formatação de “protocolos responsáveis” para as empresas.
“Sabemos que existem diferenças entre os vários segmentos destes setores. O ideal é criar normativas para cada tipo de segmento. Essa organização facilitará o trabalho das empresas e dos profissionais que querem seguir as regras de segurança”, frisou.
Organizadora de eventos, Jaqueline Luchetti, disse que sua empresa segue todas as regras de segurança. Ela lembrou que conversa com todos os convidados antes dos eventos para conscientizá-los sobre os cuidados e defendeu um planejamento específico para abertura das empresas.
A presidente do Convention Bureau e da Sociedade Rural, Maria Iraclézia, lamentou que perdeu várias pessoas próximas, vítimas da pandemia. Disse o setor demitiu muitos funcionários e que o mesmo não suporta mais ficar sem trabalhar. Ela lembrou a Expoingá, que não teve edição em 2020, e solicitou atenção especial para o setor de eventos.
Ao final do encontro, a Prefeitura se comprometeu, por meio da Siacom e da Secretaria Saúde, em estudar a revisão dos protocolos de abertura das empresas ligadas aos setores de eventos, hotéis, bares e restaurantes.
Dayani Barbosa
Foto – O Fato Maringá
