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Maringá discute leis sobre bebês reborns

A Câmara de Maringá passou a discutir nesta semana um tema que, embora inusitado, tem ganhado espaço no debate público nacional: os “bebês reborn”, bonecos hiper-realistas tratados por muitos donos como filhos de verdade.

Dois projetos de leis foram protocolados por vereadores essa semana. A parlamentar Giselli Bianchini registrou na terça-feira texto que estabelece multa de até R$ 20 mil para quem tentar obter atendimento preferencial em estabelecimentos comerciais ou unidades de saúde com os bonecos.

Em vídeo publicado em suas redes sociais, a vereadora afirma que tem recebido relatos de pessoas utilizando os reborns para simular situações de emergência em UPAs e UBSs, o que acaba mobilizando profissionais e ocupando indevidamente os serviços e também realiza uma encenação, de uma mulher invadindo uma fila preferencial com o boneco.

“Chegamos ao ponto em que bonecos estão sendo colocados no lugar de pessoas, como no caso dos bebês reborn, que têm sido tratados com mais afeto e prioridade do que muitas crianças reais”, comenta.

Além disso, ela também declara que é necessário reafirmamos a importância da família como ao alicerce da sociedade. “Tantas crianças que estão em abrigos e estão querendo ser adotadas e as pessoas estão brigando por um boneco”, declarou a parlamentar.

PSICOSSOCIAL

Já na segunda-feira, o vereador Luiz Neto solicitou a elaboração de um projeto que cria uma política municipal de atenção psicossocial voltada a mulheres enlutadas que desenvolvem vínculos emocionais substitutivos com os bonecos.

A proposta prevê a criação da “Política Municipal de Atenção Psicossocial a Mães Enlutadas com Indícios de Vínculo Substitutivo com Bonecos Bebê Reborn ou outros objetos inanimados”. A ideia é que o município identifique essas mulheres e ofereça acompanhamento psicológico gratuito por meio do sistema público de saúde.

Na justificativa, o vereador afirma que o objetivo é atender a uma “crescente demanda silenciosa” de mães que, após a perda de filhos, passam a manifestar comportamentos de substituição afetiva com os bonecos. Segundo ele, o tema exige uma resposta sensível e técnica por parte do poder público. A Prefeitura, no mesmo dia, publicou, em redes sociais, comentando que não realiza vacinação em bebês reborns.

Os pedidos ainda estão na fase preliminar. Nesta etapa, os vereadores solicitam que a assessoria legislativa da Câmara redija os textos dos projetos. Só depois disso eles poderão ser protocolados oficialmente, debatidos nas comissões e levados ao plenário.

Para a psicóloga Luana Iara de Oliveira, os bebês reborn são, nada mais, do que um reflexo de seu dono. “Muitas vezes os donos, em sua maioria mulheres, são indivíduos que tiveram uma infância reprimida ou até mesmo sofrem com um luto de uma criança real. É necessário saber distinguir que o brinquedo não é um ser real, e não tentar invadir espaços que são para seres humanos”. 

Da Redação
Foto – Reprodução

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