Início Colunistas O perigo de normalizar a exaustão: correria não é troféu

O perigo de normalizar a exaustão: correria não é troféu

Você já reparou que a gente tem normalizado a exaustão? Parece que se tornou natural viver exausto. E a coisa está tão doida que basta alguém perguntar “Como você está?”, e a resposta sai quase automática: “Na correria, sem tempo pra nada!”
O que deveria ser um indicador de que algo não está funcionando em nossa vida, às vezes, é até “comemorado” – como se viver saudável e natural viver na correria, sempre atarefado, cansado.

Mas, gente, vamos combinar: isso não está certo. Desde quando estar esgotado virou sinônimo de sucesso, de viver do jeito certo? Normalizar a exaustão é uma armadilha. Viver nesse ritmo cobra um preço alto: sua saúde emocional, seus relacionamentos, sua vida.
Mas por que a gente cai nessa? E, mais importante, como sair dessa condição?

Primeiro, vamos entender o que está por trás dessa correria. Uma causa é a pressão cultural. Vivemos numa sociedade que idolatra a produtividade. Se você não está “multitarefa”, postando conquistas no Instagram, no Linkedin ou respondendo mensagens às duas da manhã, acordando às cinco, parece que está ficando pra trás.

Outra razão é interna: a gente se cobra pra ser tudo pra todos. O profissional impecável, o pai ou mãe perfeito, o amigo sempre disponível. Tem também o medo de dizer “não”. Quantas vezes você aceitou um compromisso só pra não parecer preguiçoso? E, claro, as redes sociais jogam lenha na fogueira. Ver todo mundo “vivendo o sonho” faz a gente achar que parar é fracasso.

Mas, entenda, É veneno. Viver no modo “sempre ligado” mantém o cérebro em alerta, bombeando cortisol, o hormônio do estresse. Isso desgasta o corpo e a mente, trazendo ansiedade, insônia e dores crônicas.

Já sentiu aquele cansaço que nem uma noite de sono resolve? É seu corpo gritando: “Desacelera!” E não é só você que paga. Seus relacionamentos também sofrem. Quando está esgotado, sobra pouco pra ouvir seu parceiro(a), brincar com seus filhos ou estar presente de verdade. Você vira uma versão apagada de si mesmo, correndo sem chegar a lugar nenhum.

Deus não te criou pra viver no limite — Ele quer você inteiro, não em pedaços. Então, como escapar dessa armadilha?
Primeiro, questione o orgulho da correria. Pergunte: “Por que eu tenho naturalizado estar exausto? Estou tentando provar o quê?” Às vezes, é só hábito. Outras, é medo de parecer “menos” – menos profissional, menos produtivo, menos competitivo, menos dedicado.
Segundo, aprenda a dizer “não”. Recusar um convite ou adiar uma tarefa não te faz fraco, negligente, pouco amigável ou descomprometido — dizer “não” é se respeitar, estabelecer limites para que você possa respirar. Estudos mostram que proteger seu tempo reduz o estresse e aumenta a clareza mental.

Terceiro, crie pausas intencionais. Dez minutos pra tomar um café – e sem celular -, uma caminhada sem pressa, um momento de oração. Essas pausas “resetam” o cérebro, diminuindo o cortisol. Quarto, reconecte-se com quem importa. Reserve um tempo para jantar e conversar com sua família, sem distrações. Relacionamentos saudáveis são o antídoto para nos fortalecer.
E, por último, busque ajuda se precisar. Um terapeuta, um mentor pode te ajudar a identificar por que você se sobrecarrega e como mudar. Você não precisa ser o herói que aguenta tudo.
Pegou a ideia?

Sua saúde emocional é seu maior tesouro, e seus relacionamentos merecem mais que sobras. Pare de correr atrás de um ideal que só te esgota. Escolha viver, não só sobreviver.

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras |  Doutor em Educação

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