
O prefeito de Maringá, Silvio Barros, criticou ontem o projeto do Eixo Monumental, em especial as intervenções realizadas na Praça Renato Celidônio, um dos espaços públicos mais simbólicos da Cidade. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Barros afirmou que a proposta foi executada sem participação da comunidade e sem considerar o uso cultural e social da praça.
“O projeto foi feito, implantado, e não houve debate. A empresa de arquitetura admitiu para mim que nunca foi demandada a fazer uma escuta pública. Fizeram o que acharam bonito”, disse o prefeito.
Apesar de considerar o projeto visualmente bonito, o chefe do Executivo afirmou que ele não atende às necessidades práticas da população. “Está bonito, não estou dizendo que está feio. Mas não cumpre o seu papel social”, pontuou.
Barros destacou que eventos tradicionais como a Festa da Canção e a Festa das Nações foram diretamente afetados pela remodelação da praça. Segundo ele, a transferência das festividades para locais mais afastados do centro reduziu o público e comprometeu a arrecadação de entidades beneficentes que dependem dos recursos gerados nas festas.
Além disso, o prefeito também apontou que a nova configuração do espaço não contempla requisitos básicos para a realização de eventos públicos. De acordo com ele, a praça reformada não possui infraestrutura como rede de água, esgoto, energia ou gás, o que inviabiliza o retorno das festas ao local.
O prefeito também relatou que a Igreja Católica procurou a administração municipal para discutir a ausência de espaço adequado para cerimônias religiosas ao ar livre, como a celebração de Corpus Christi e a procissão da padroeira de Maringá.
“Agora não tem mais onde colocar o tapete, onde fazer a missa. O espaço que usavam não está mais lá. E quem fez isso? Não fui eu. Só me cabe agora tentar encontrar uma solução”, declarou.
Barros anunciou que as próximas etapas do Eixo Monumental só serão executadas após consulta à população. Segundo ele, o restante do projeto será reavaliado com base em um processo participativo. “Não se pode continuar uma obra dessa importância sem escutar a população. Isso precisa ser rediscutido”, concluiu.
O projeto do Eixo Monumental é um dos maiores investimentos em requalificação urbana da história de Maringá, com recursos estimados em cerca de R$ 50 milhões e a intervenção busca valorizar o eixo cívico do município.
LIXO
Além disso, o prefeito também comentou que a Cidade adotará um conjunto de tecnologias para reaproveitamento de resíduos, como parte do projeto de gestão sustentável do lixo. Segundo ele, a proposta não será baseada em uma única solução, mas em alternativas capazes de transformar os resíduos em novos produtos, sem depender de investimento público direto.
O plano prevê atrair a iniciativa privada, que poderá gerar emprego, renda e receita para o município, além de contribuir com o meio ambiente, uma das bandeiras defendidas pelo prefeito.
O projeto ainda está em fase de desenvolvimento e será implantado de forma gradual, com a chegada de empresas interessadas em atuar no setor. Barros disse ter “absoluta convicção” de que a transformação dos resíduos é viável e necessária.
Barros também destacou a preocupação com a população em situação de rua, a realização de auditorias na Secretaria de Saúde, que apontam um possível rombo de R$ 45 milhões, além de medidas relacionadas ao orçamento impositivo e à contratação de vigilantes para os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).
Da Redação
Foto – Reprodução