
A onda de protestos começou sábado e continuou até segunda-feira, com populares queimando ônibus, bloqueando o trânsito e provocando suspensão do transporte coletivo na cidade
A revolta popular foi desencadeada pela morte de um adolescente e de um jovem no último sábado. Os protestos violentos começaram no domingo de madrugada, quando homens apedrejaram um ônibus, que acabou sendo incendiado no meio da rua. Foram registrados pelo menos 17 protestos na segunda-feira, quando os manifestantes bloquearam ruas e impediram os ônibus de circular. A população usou faixas e cartazes com frases denunciando a violência policial, como esta: “Nunca foi confronto, é extermínio”. Quatro manifestantes foram presos
Os dois jovens mortos no alegado confronto com a Choque da Polícia Militar foram identificados como Kelvin Willian Vieira dos Santos , de 16 anos e Wander Natan da Costa, de 20. A versão da PM é que os dois estavam armados e reagiram à abordagem, fato que é contestado por parentes e amigos, que sustentam a tese de que não houve enfrentamento, mas execução sumária. De acordo com o 5º Batalhão da PM, a dupla era suspeita de participação em furtos a residências. Familiares de Kelvin, no entanto, afirmam que o adolescente era trabalhador e não tinha envolvimento com o crime. Tão pouco usava drogas. A mãe relatou que Kelvin estudava e trabalhava em um lava jato e estava feliz com o primeiro emprego. Ele e o amigo estariam em uma festa de aniversário e foram abordados pelos policiais quando retornavam para casa.
A versão do comando da PM
O comando do 5º BPM informou que um inquérito policial militar foi aberto e o Secretário Estadual de Segurança, coronel Hudson Teixeira, que chegou logo de manhã na segunda-feira para acompanhar os acontecimentos, acrescentou que “serão tomadas medidas para identificar pessoas que causaram danos durante os protestos. Disse que o objetivo principal da sua ida a Londrina era o de pacificar a região, garantir que os serviços públicos sejam prestados à comunidade”. Quanto ao confronto que teria ocorrido e que originou na morte dos dois jovens, o secretário informou que o Ministério Público do Paraná e a Corregedoria-Geral estão analisando os fatos, que devem ser investigados também por agentes da Polícia Civil. “Queremos apurar tudo com absoluta imparcialidade e punir os agentes públicos se eles realmente excederam na abordagem”.
Redação JP
Foto- G1