Início Maringá Lepac é referência nacional em diagnóstico de HIV

Lepac é referência nacional em diagnóstico de HIV

Entre janeiro e novembro deste ano, o Laboratório de Ensino e Pesquisa e Análises Clínicas (Lepac) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) fez mais de 11 mil exames para detectar o vírus HIV. Reconhecido como referência nacional no diagnóstico da AIDS e certificado pelo Ministério da Saúde (MS), o laboratório é o único serviço público da macrorregião Noroeste a realizar exames para monitoramento da carga viral e a contagem de linfócitos T CD4+, células essenciais para a resposta imunológica que são destruídas pela doença. Além disso, também oferece exames sorológicos básicos.

Ontem, foi comemorado o Dia Mundial de Combate à AIDS. No decorrer de todo o mês também são feitas atividades no Brasil para a campanha “Dezembro Vermelho”. Nesta época, campanhas coordenadas pelo Ministério da Saúde estimulam a realização de exames e a prevenção da doença. A AIDS atingiu um status pandêmico há décadas, passou por um período de relativo controle e atualmente reapareceu, o que causou um alerta nos serviços de saúde e na comunidade médica.

O Lepac realizou de janeiro a novembro deste ano 1397 exames de sorologia para identificação da doença, 6.600 exames de carga viral e 3014 exames de contagem de linfócitos T CD4, um total de 11.011 exames. A quantia foi maior do que no ano passado, ano em que o Laboratório contabilizou 10.397 exames, entre os quais 1.661 de sorologia, 6.033 de carga viral e 2.703 de contagem de linfócitos T CD4. Os dados referentes a exames de sorologia não indicam, porém, positividade dos casos.

Os dados apontam a capacidade de capilaridade do laboratório. Com um atendimento seguro e discreto, é um dos quatro laboratórios públicos que faz o exame de acompanhamento de dosagem da carga viral. Os exames também podem ser realizados em Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu.

REFERÊNCIA

Conforme a coordenadora do LEPAC, Regiane Bertin de Lima Scodro, o Laboratório é certificado para fazer exames laboratoriais de alta complexidade não disponíveis na rede privada e nem na rede básica do SUS. “Fazemos parte da rede de laboratórios de quantificação de linfócitos T CD4+, da quantificação da carga viral do HIV, das hepatites B e C, do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV/AIDS e das hepatites virais do Ministério da Saúde, atuando também no monitoramento de pacientes portadores crônicos das hepatites B e C e atendendo às 11ª, 12ª, 13ª, 14ª e 15ª Regionais de Saúde do Paraná.”

O LEPAC atende toda a macrorregião Noroeste, que engloba a região de Maringá, Campo Mourão, Cianorte, Paranavaí e Umuarama, o que representa 115 cidades e um total de 1,8 milhões de atendidos. Pouco mais da metade dos atendimentos (56%) são de moradores da 15ª Regional de Saúde, contudo, também há atendimentos significativos das 12ª (15%), 11ª (12%), 14ª (9%) e 13ª (8%) regionais do Estado.

FAIXAS ETÁRIAS

De acordo com o diretor-adjunto do Centro de Ciências da Saúde (CCS), professor Dennis Armando Bertolini, do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina, há um crescimento nos diagnósticos de HIV em homens homossexuais de 13 a 39 anos. Depois dessa faixa, o crescimento é notado em mulheres maiores de 39 anos, porém, heterossexuais, que é comportamento habitual do vírus em pandemia. Observar o comportamento da doença é essencial para Bertolini, no sentido de criar campanhas, que estão em falta, na opinião dele. “Não se vê mais, por exemplo, campanhas para que atinjamos os níveis 95-95-95”, lembrou.

Ele se refere à meta global “95-95-95”, da ONU, que preconiza que 95% das pessoas que convivem com HIV devem saber o estado sorológico; dessas, 95% devem estar em tratamento com uso de antirretrovirais; por fim, o último “95” refere-se ao índice de pacientes que devem estar com a carga viral suprimida em tratamento.

Caso os principais cuidados sejam tomados, quem tem HIV positivo pode ter uma vida normal. Bertolini reforça inclusive que essas pessoas podem até ter relações sexuais, desde que tenham parceiro fixo e tenham níveis controlados de carga viral. Podem também fazer planos e ter filhos. Quem tem relações com soropositivos pode fazer a profilaxia pré-exposição, que consiste no uso de remédios em caso de risco de contrair o vírus.

Da Redação
Foto – Reprodução

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