A jovem que disse ter sido sequestrada por três homens, torturada e estuprada, caiu em contradição ao depor na Delegacia de Sarandi.
O delegado William Araújo Ribeiro percebeu logo no início do primeiro depoimento que a história contada pela jovem de 22 anos era confusa e estava, como se diz na linguagem da investigação, cheia de fios soltos. Inicialmente ela contou que foi sequestrada em um ponto de ônibus da Avenida Tuiuti, em Maringá, levada para uma mata nos arredores de Sarandi, onde teve o cabelo cortado, foi agredida violentamente e estuprada por três homens. Depois do crime, os suspeitos a teriam deixado em uma avenida de Sarandi, perto da divisa com o município de Maringá.
O delegado concluiu que ela mentiu sobre o sequestro, o abuso sexual e a autoria do crime, para esconder a real motivação, que teria sido passional. Depois, acabou admitindo que não foi agredida por três homens e sim por três mulheres, uma delas esposa do homem com quem ela vinha tendo um relacionamento amoroso. Negou em um segundo depoimento que foi sequestrada. Ao contrário, aceitou carona de uma conhecida quando aguardava o ônibus.
A jovem não esperava que a mulher que lhe ofereceu carona era amiga da esposa traída, que entrou no carro junto com uma terceira pessoa alguns quarteirões adiante. As agressões começaram dentro do veículo e terminaram em um terreno baldio, onde cortaram o cabelo da vítima e a abandonaram toda machucada. O inquérito, então tomou outro rumo. A jovem, que realmente foi vítima de agressão, passa a ser também indiciada por mentir para as autoridade policiais.
Redação JP
Foto – Maringá Post