Início Destaques do Dia Laudo sobre pista emborrachada diz que irregularidades são do projeto arquitetônico

Laudo sobre pista emborrachada diz que irregularidades são do projeto arquitetônico

O relatório de engenharia referente à pista emborrachada para caminhada ao redor do Parque do Ingá, preparado por um especialista do Centro de Apoio Técnico à Execução/Núcleo de Apoio Técnico Especializado, conclui que a construtora cumpriu as diretrizes estabelecidas pelo projeto da Prefeitura de Maringá. O documento afirma que a execução atendeu ao planejamento, ressaltando que “as irregularidades identificadas são atribuíveis aos responsáveis pelo projeto básico arquitetônico”.

Com 27 páginas, o relatório apresenta de forma clara que, depois de revisar os relatórios fotográficos dos diários de obra e as imagens disponíveis online, não há evidências de má-fé por parte da empresa vencedora da licitação responsável pela construção da pista de caminhada.

“A obra chegou a ser paralisada quando foi identificada uma irregularidade no equipamento utilizado para misturar o SBR com a resina, sendo retomada a execução quando o equipamento adequado chegou à obra. Além disso, conforme as imagens e por meio das notas fiscais apresentadas pela empresa, verificou-se que a contratada empregou materiais compatíveis com a utilização prevista: Resina Adepur Bind da Purcom Química; Granulado de borracha SBR da Pietta Pisos. Em conclusão, havia formas de garantir a aderência do material empregado à sua base, entretanto nenhum dos métodos foi previsto em projeto, resultando no mero apoio do piso de borracha sobre a base de pó de pedra”.

Conforme o laudo do engenheiro civil Pedro Henrique Nonato da Luz Lago Teixeira, na pista emborrachada do Parque do Ingá foram usados 4,0 cm de brita 02; manta geotêxtil Bidim RT-10; 3,0 cm de brita 01; 1,0 cm de pó de pedra; 4,0 cm de granulado SBR moldado no local, dividido em duas camadas. “Apesar das pistas emborrachadas nos moldes adotados na obra do Parque do Ingá não possuírem ampla difusão, somente a utilização do pó de pedra pode ser considerada inadequada para o tipo de obra, pois cria uma camada sobre a brita que não permite o entrosamento entre o material da pista e o da base”.
No projeto da pista de caminhada não estava prevista a execução da imprimação das peças de concreto. Além disso, a camada final da base foi realizada com pó de pedra, um material fino que impediu a adesão entre o pavimento emborrachado e a base. Assim, não foram atendidas as especificações dos fabricantes, muito menos os requisitos das normas de atletismo.

Ainda segundo o relatório, que serviu de base para a proposição de ação civil pública pedindo ressarcimento de R$ 4.247.349, 93 de cinco envolvidos, sendo quatro deles servidores públicos, a elaboração de um estudo técnico de drenagem e a execução de obras de adequação antes da construção da pista emborrachada poderia ter auxiliado na redução dos pontos de alagamento, minimizando os danos. “Entretanto, não é possível afirmar que o referido estudo era essencial para a execução da pista, pois o fator determinante para o deslocamento do piso emborrachado foi a falta de aderência da pista à base, situação observável antes mesmo da ocorrência das precipitações críticas”.
A Prefeitura de Maringá se manifestou por meio de nota sobre o assunto. “A Prefeitura de Maringá já apresentou ao Ministério Público todas as informações solicitadas e segue à disposição do órgão para prestar os esclarecimentos necessários. O município reafirma o compromisso com a lisura e transparência de todos os atos.”

Da Redação
Foto – Reprodução

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