Professores da rede estadual de ensino em Maringá fizeram uma manifestação ontem com concentração na Praça Raposo Tavares. Eles aderiram ao movimento de greve convocado pela APP Sindicato, em assembleia na última semana.
Os docentes protestam contra uma proposta do Governo do Paraná que será votada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta semana, que prevê a terceirização da gestão de aproximadamente 200 escolas em todo o Estado. Em Maringá, nove colégios estariam na lista.
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) emitiu no último sábado uma decisão que barrava a realização da greve sob multa diária de R$ 10 mil, porém, o sindicato que representa a categoria decidiu manter o movimento, declarando não ter sido notificado oficialmente da decisão. Além de Maringá, outros municípios do Paraná também aderiram à paralisação. Não existem informações oficiais sobre quantos docentes aderiram a paralisação.
LEVANTAMENTO
Uma pesquisa feita pela Secretaria de Estado da Educação ontem apontou que 87% das mais de 2 mil escolas da rede estadual estão funcionando normalmente, sem adesão de professores à greve convocada pelo sindicato da categoria. Além disso, todas as escolas, 100% da rede estão com alguma aula em andamento depois de um trabalho preventivo de uso de tecnologia e substituição de professores.
A greve por causa do programa Parceiro da Escola foi suspensa pelo Tribunal de Justiça ao longo do feriado de Corpus Christi e a decisão prevê multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
O programa tem como objetivo otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas por meio de uma parceria com empresas com expertise em gestão educacional. Elas serão responsáveis pelo gerenciamento administrativo das escolas selecionadas na rede e pela gestão de terceirizados (limpeza/segurança).
Também tem como objetivo principal permitir que os diretores e gestores concentrem esforços na melhoria da qualidade educacional, dedicando-se ao desenvolvimento de metodologias pedagógicas, treinamento de professores e acompanhamento do progresso dos alunos. Os diretores, os professores e os funcionários efetivos já lotados nas escolas serão mantidos e as demais vagas serão supridas pela empresa parceira, sendo obrigatória a equivalência dos salários com aqueles praticados pelo Estado do Paraná. A gestão pedagógica seguirá a cargo do diretor concursado.
O Parceiro da Escola será instalado mediante consulta pública junto à comunidade escolar, em modelo parecido das consultas das cívico-militares, dentro de um processo democrático. A proposta é que a consulta aconteça em 200 escolas de aproximadamente 110 municípios, em que foram observados pontos passíveis de aperfeiçoamento em termos pedagógicos, projetando inclusive uma diminuição da evasão escolar, a quantia equivale a cerca de 10% da rede.
O programa não atinge escolas indígenas, aquelas em comunidades quilombolas e em ilhas ou as cívico-militares.
Da Redação
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