Início Colunistas Assédio moral: quando acontece?

Assédio moral: quando acontece?

Deveríamos ter relações saudáveis no ambiente de trabalho. Pela nossa saúde física e emocional, a empresa teria que ser um local alegrador e de realizações. Com exigências sim – afinal, estamos falando de um ambiente profissional -, mas um um espaço de respeito, produção de riquezas e desenvolvimento pessoal. 

Porém, nem sempre é isso o que acontece. 

No ambiente de trabalho, os profissionais se deparam com uma diversidade de desafios que transcendem as tarefas cotidianas. E o assédio moral se destaca como uma questão grave, capaz de minar a autoestima, a produtividade e o bem-estar dos envolvidos. 

O assédio moral se manifesta através de comportamentos abusivos, repetitivos e prolongados. E acaba por desestabilizar a vítima fazendo-a duvidar de si, de sua capacidade e tirando o prazer de trabalhar. 

O assédio moral pode acontecer de várias maneiras, mas hoje quero apresentar as formas mais comuns:

1. Isolamento e exclusão: Quando um funcionário é sistematicamente ignorado, isolado de reuniões importantes ou excluído das comunicações da equipe sem justificativa plausível. A pessoa sequer é consultada quando tarefas que dizem respeito a ela vão ser executadas. 

Também é isolamento e exclusão ignorar sistematicamente os e-mails ou mensagens de um colaborador, não incluí-lo em discussões relevantes ou fazer com que se sinta invisível durante as interações da equipe.

Isso pode fazer com que o profissional se sinta desvalorizado e rejeitado. É ainda uma maneira de humilhar e agredir emocionalmente o colaborador.

2. Desqualificação e humilhação pública: Ataques constantes à capacidade profissional, com críticas públicas, piadas depreciativas ou a atribuição de tarefas incompatíveis com seu nível de competência.

Às vezes, esse tipo de crítica e humilhação acontece diante dos colegas, em reuniões ou em espaços compartilhados por outras pessoas. Mas também ocorre em frente aos clientes, fornecedores… 

3. Sobrecarga de trabalho: Carga de trabalho excessiva ou prazos impossíveis de serem cumpridos também se configuram como assédio. 

Às vezes, o assediador é alguém que trabalha demais e não se dá conta que está passando dos limites. Mas a falta de empatia e de percepção do contexto em que o trabalhador está inserido não justifica os abusos, principalmente se acontecem de maneira recorrente. 

Outras vezes, o trabalhador é sobrecarregado por falta de pessoal. A empresa tenta garantir a produtividade, mas não amplia o quadro de funcionários e exige que a pessoa faça mais do que ganha para fazer, excedendo a quantidade de tarefas, a carga horária e a função para a qual foi contratada. 

Também ocorre quando o chefe ou empregador delega apenas as tarefas indesejadas ou aquelas que estão claramente além da capacidade de conclusão no tempo dado a um único funcionário, enquanto outros membros da equipe recebem tarefas equilibradas e oportunidades de destaque.

4. Ameaças e intimidações: Ameaças veladas ou explícitas de demissão, redução de posição (ou seja, quando o funcionário é rebaixado ou perde sua função sem um acordo prévio e compensações)… A perda de benefícios, quando é usada como meio de coação do trabalhador… Essas são expressões de ameaças, de intimidação e se configuram como assédio moral. 

O profissional que enfrenta essas situações no dia a dia está diante de um possível quadro de assédio moral. E o assédio moral é crime. Pode render até dois anos de detenção para o assediador, além do pagamento de multas. 

Por isso, se você sofre assédio moral, fique atento. Identifique o problema, reúna provas, se posicione sobre o problema no departamento pessoal da empresa e se, continuar sendo desrespeitado, procure um advogado para mais orientações. 

Da parte das empresas, é crucial que líderes e empregadores estejam atentos e procurem  criar um ambiente de trabalho seguro, respeitoso e inclusivo. As organizações devem promover políticas claras contra o assédio moral, oferecer canais de denúncia anônimos e seguros, e garantir que todas as reclamações sejam tratadas com seriedade e imparcialidade.

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras |  Doutor em Educação

Visite meu blog: 
http://blogdoronaldo.wordpress.com

Siga-me no instragram: 
http://instagram.com/ronaldonezo

COMPARTILHE: