Início Policial Médico nega mas mulheres que o denunciaram confirmam assédio

Médico nega mas mulheres que o denunciaram confirmam assédio

Hilton José Pereira Cardim é o segundo médico ginecologista de Maringá a ser preso em menos de um ano por denúncias de assédio sexual contra pacientes.

O primeiro caso foi o de Felipe Sá, que teve preventiva decretada pela Justiça,  virou réu e cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica desde dezembro. Ele foi acusado por 40 mulheres, algumas até dizendo na polícia teria sido abusadas após sessão de hipnose. Quanto a Hilton, ele vinha sendo investigado há  oito meses, após denúncia de pacientes na Delegacia da Mulher de Maringá. Até o dia da sua detenção, já o incriminavam depoimentos de pelo menos 7 mulheres.

O médico já foi interrogado na Delegacia da Mulher e nega as acusações. Diz que é um profissional renomado e que todas as consultas são acompanhadas por uma assistente, sendo que em nenhum momento ficava sozinho no consultório com as pacientes. Todas as pacientes ouvidas pela delegada confirmaram os assédios e o modo do ginecologista agir durante as consultas.

Há relato de pacientes de que de que ele fazia as consultas demonstrando estar excitado e com o pênis ereto.” Ele vinha na frente, ouvia o coração, depois ia para parte de trás. Ele ficava com o estetoscópio de uma forma que eu não via ele (…). Aquilo demorava muito, eu comecei a perceber que ele mudou a respiração para mais ofegante, uma respiração de gemido mesmo e ele vai chegando perto com o quadril dele. (…) Fui embora e fiquei pensando que era coisa da minha cabeça”, relatou uma das vítimas na Delegacia da mulher, acrescentando que depois do primeiro atendimento,  retornou após os exames ficarem prontos e o médico reagiu da mesma forma, mas dessa vez mais afoito ainda, chegando a encostar o pênis nela.

A delegada Paloma Batista informa que a Polícia Civil, devidamente autorizada pela Justiça já havia feitos incursões pelo consultório do médico, apreendendo dispositivos eletrônicos e documentos, que fundamentaram a representação pela prisão preventiva.  Na manhã de ontem , após a prisão ser divulgada, várias outras  mulheres foram à Delegacia da Mulher registrar boletins de ocorrência contra Hilton.

A Universidade Estadual , onde o suspeito é professor no curso de Medicina, emitiu a seguinte nota , com a posição oficial da instituição sobre o fato:

“A respeito do médico ginecologista Hilton José Pereira Cardim, preso nesta segunda-feira, 11 de março, suspeito de abusar sexualmente de pacientes, a Assessoria de Comunicação da UEM informa que, como professor do Departamento de Medicina da Universidade Estadual de Maringá, não foi constatada nenhuma denúncia nem aberto nenhum procedimento administrativo disciplinar em relação ao mesmo. Os fatos relatados, motivadores da prisão, não se reportam, portanto, ao comportamento do médico dentro da UEM”.

Redação JP
Foto – G1 PR

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