Salvar vidas é a finalidade de um projeto de iniciação científica vinculado ao Departamento de Medicina (DMD) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que foi apresentado no final do ano passado às autoridades municipais de saúde.
Feito por pesquisadores da Universidade, o “Programa de desfibrilação precoce a vítimas de PCR extra-hospitalar” desenvolveu um aplicativo que mapeia os lugares com Desfibriladores Externos Automáticos (DEAs) e aponta ao usuário qual o aparelho mais próximo, em caso de emergência. Os DEAs são dispositivos primordiais para a sobrevivência de vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR) fora do hospital.
A atitude tem coordenação do professor do DMD Luciano de Andrade e a colaboração da docente do Departamento de Informática (DIN) Heloise Manica Paris Teixeira. Os acadêmicos dos cursos de medicina e ciência da computação, pós-graduandos em ciências da saúde e um profissional egresso da UEM também participam. No total são sete membros ativos do projeto.
Registrado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o aplicativo chamado de “Local DEA” já está em funcionando. Além de mostrar a rota entre o DEA mais próximo e o usuário, o sistema também mapeia os hospitais e estações de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da região. O app dá ainda orientações para o uso do desfibrilador e um guia com técnicas de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), assim como contatos dos serviços de emergência.
De acordo com Luciano de Andrade, depois da implantação de mais DEAs pelo município, a Universidade quer ceder o uso do aplicativo de modo gratuito aos serviços públicos municipais e à comunidade em geral. “A intenção é tornar Maringá a primeira cidade do Brasil com um programa de desfibrilação precoce com foco no atendimento rápido a PCRs fora do ambiente hospitalar. Essa iniciativa busca aumentar as chances de sobrevivência das pessoas em situações de PCR extra-hospitalar.”
DÉFICIT DE APARELHOS
Vinculado ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), o projeto surgiu focado na criação do aplicativo de geolocalização, porém, durante o desenvolvimento do “Local DEA”, um trabalho de mapeamento apontou que atualmente existe apenas cinco DEAs ativos na região urbana de Maringá, quatro deles em shopping centers. A baixa quantidade de dispositivos existentes no município levou o projeto a expandir a área de atuação.
Por meio de uma metodologia matemática de otimização dos ambientes públicos, os pesquisadores se dedicaram a propor lugares da área urbana de Maringá onde devem ser inseridos novos DEAs, o que proporcionaria o uso do aplicativo pelo público geral.
Conforme a pesquisa, seria essencial mais 68 aparelhos espalhados pelo município para cumprir as exigências da Organização Mundial da Saúde (OMS) e atender aos mais de 240 mil maringaenses que vivem em regiões onde a chegada de ambulâncias pode superar cinco minutos de espera.
O relatório feito pelos pesquisadores foi apresentado à vereadora Ana Lúcia Rodrigues (PDT), que enviou a proposta de implantação dos DEAs à Prefeitura Municipal de Maringá (PMM), à Secretaria Municipal de Saúde e ao Conselho Municipal de Saúde (CMS/MGÁ).
Da Redação
Foto – Reprodução