Maringá tem aproximadamente 7.500 vagas no ensino integral em 40 das 53 escolas municipais, contudo isso não é o suficiente para atender a demanda, pois pais e responsáveis reclamam da falta de vaga.
Atualmente, existem 1.173 crianças cadastradas para vagas em turmas integrais. Todas essas crianças são atendidas com ensino regular nas escolas municipais.
Jéssica G. tem uma filha de 6 anos e está com o nome da filha na lista de espera para uma vaga em tempo integral. “Desde o final do ano passado estou correndo atrás de uma escola municipal que atenda o dia inteiro, mas muitas não oferecem aula integral e as poucas que tem estão com as turmas fechadas. Não sei mais o que fazer, porque trabalho o dia todo e não tenho onde deixar minha filha. Até agora ela estava ficando na casa da avó, mas minha mãe começou a trabalhar ontem e não pode mais passar o dia com ela. Estou apavorada e já falei com todo mundo da prefeitura, até com o prefeito”, diz.
Luciene S. também está enfrentando o mesmo problema. “Arrumei um bom emprego este ano e agradeci muito a Deus pela oportunidade de estar no mercado de trabalho, mas terei que deixar o trabalho porque não tenho onde deixar meu filho depois da sua aula matutina. Fui em muitas escolas municipais em busca de uma vaga para o período integral, mas algumas não oferecem mais esse atendimento e as poucas que tem estão com uma lista imensa de alunos esperando a vaga sair. Já busquei ajuda no Conselho Tutelar e também acionei a Justiça. Resumindo, o ano letivo começou e meu filho está em casa, e eu lutando para não perder meu emprego.”
As unidades escolares fazem matrículas do ensino integral neste começo do ano letivo, o que pode diminuir a quantia de crianças cadastradas. De acordo com a municipalidade, neste ano, a gestão pública expandiu a cobertura do ensino integral para 75% das escolas municipais, com a oferta em duas novas unidades: Escola Municipal Osvaldo Cruz e Escola Municipal Célestin Freinet. Além disso, o município também ultrapassou a meta 6 do Plano Nacional de Educação, que determina que pelo menos 50% das escolas ofereçam a educação integral até 2024.
INTEGRAL
A Educação Integral tem como intuito o atendimento dos alunos em jornada ampliada, atendendo ao interesse social por uma oferta de educação escolar que avance nas oportunidades de acesso aos conhecimentos e aos bens culturais com mais equidade. O termo integral é referente ao desenvolvimento completo do aluno, não estando somente ligado ao tempo de permanência na escola, mas também a uma reorganização dos espaços de aprendizagem e dos conteúdos, incluindo no currículo atividades que ajudam no desenvolvimento intelectual, físico, cultural e social do aluno.
Desse modo, o trabalho pedagógico da Educação Integral é embasado na Pedagogia Histórico-Crítica e nas Diretrizes Gerais criadas pela Secretaria da Educação, contribuindo então com o processo de ensino aprendizagem e com o desenvolvimento integral das crianças enquanto agentes sociais. A demanda social para oferta da Educação Integral no contexto escolar brasileiro tem sido uma luta frequente no decorrer da história da educação, revelando a preocupação com a melhoria do ensino-aprendizagem pautado na expansão do tempo da jornada escolar.
Da Redação
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