Recentemente um político, ocupante de alto cargo eletivo, se referiu a outro, que já ocupou o mesmo cargo, como psicopata e isso nos leva a uma reflexão sobre os diagnósticos, mais que isso, o julgamento que muitas vezes fazemos sem conhecimentos médicos ou científicos sobre outras pessoas.
É comum ‘diagnosticarmos’ que alguém está com depressão, só por vê-lo triste, que está com alguma doença , porque emagreceu ou por sentirmos a cor da pele diferente. Enfim, somos, muitas vezes, ‘clínicos gerais’ e até receitamos remédios, com base em nossa experiência e hoje até por pesquisa da internet, o que tão grave quanto.
Mas voltando ao começo o que seria psicopatia?Sem conhecimentos de psiquiatria, pesquisamos sobre o assunto para depois entrarmos no mais nos interessa, que é refletirmos sobre empatia.
A psicopatia é um transtorno mental comum, caracterizado por traços de personalidade que incluem egocentrismo, falta de empatia e remorso, além de comportamento antissocial com dificuldade de inibir ações prejudicais às pessoas. Apesar disso, não é considerado uma doença.
Nem sempre os psicopatas não possuem qualquer sentimento de empatia outras pessoas. Eles são capazes de eleger indivíduos e momentos para demonstrar algum tipo de afeto. Essa escolha seletiva os faz ainda mais manipuladores e dissimulados em suas relações. Dificilmente aceitam ser contrariados, rejeitados ou frustrados, por isso reagem impulsivamente de forma mais agressiva e explosiva, sem se importar com o sentimento ou envolvimento de outros ao redor.
Um ancião que estava para morrer procurou um jovem e narrou uma história de heroísmo:
Durante a guerra, ajudou um homem a fugir. Deu-lhe abrigo, alimento e proteção.
Quando já estavam chegando a um lugar seguro, esse homem decidiu traí-lo e entregá-lo ao inimigo.
E como você escapou? – Perguntou o jovem.
Não escapei. Eu sou o outro, sou aquele que traiu. – Diz o velho. Mas, ao contar esta história como se fosse o herói, posso compreender tudo o que ele fez por mim.
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A sabedoria deste conto nos fala sobre a empatia, essa ação de nos colocarmos no lugar do outro, de procurar sentir o que o outro sente.
A empatia nos torna menos orgulhosos e egoístas, pois faz com que pensemos não só em nossos pontos de vista, em como estamos nos sentindo, mas também na vida alheia, no que se passa no íntimo de alguém.
Quando nos colocamos no lugar do outro, a compreensão se torna mais fácil de ser alcançada, e nossos corações se sentem mais aptos a perdoar.
Quando nos colocamos no lugar do outro, temos a oportunidade de acalmar a raiva e de evitar a vingança.
Quando nos colocamos no lugar do outro, desenvolvemos a compaixão, e procuramos fazer algo para amenizar o sofrimento do próximo.
Quando nos colocamos no lugar do outro, expandimos nossa capacidade de amar e de entender que precisamos viver em família para realizar nosso crescimento.
Quando nos colocamos no lugar do outro, preparamos nossa intimidade para receber as sementes da humildade, descobrindo a verdade de que somos todos irmãos, e que precisamos uns dos outros para colher os bons frutos da felicidade futura.
A empatia nos torna mais humanos, mais próximos da realidade do outro, de suas dificuldades e de seu caminho.
Passamos a analisar a vida através de outros pontos de vista, de outros ângulos e, assim, nos tornamos mais sábios, mais maduros.
O hábito de nos colocarmos no sentimento de alguém é um grande recurso de que dispomos para nossas conquistas espirituais elevadas.
O coração que se isola, que vê somente o que seus olhos permitem e não partilha da vida de seu próximo, está estacionado nas trilhas do tempo.
É chegado o momento das grandes modificações, das grandes revoluções no interior do homem, e a empatia aí está, como excelente agente de transformação moral.
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Fazei aos homens tudo o que desejai que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas.
O médico das almas, Jesus, sempre buscou mostrar os caminhos mais seguros para nossas vidas. Nesta máxima revolucionária e, ao mesmo tempo, simples, introduz na Terra o conceito de empatia, de agir conforme aquilo que desejamos para nós mesmos.
As verdades estão conosco. É tempo de instituí-las em nossos dias.
Redação do Momento Espírita, com base no livro Maktub, de
Paulo Coelho, ed. Planeta e no item II, do cap. XI, de O Evangelho
segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 18.6.2013.
Akino
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