Antigamente, os locutores de programas sertanejos, sobretudo, quando anunciam aniversários, costumavam dizer: ‘Fulano completa mais uma primavera’, independentemente do mês de nascimento da pessoa. Mas é quando começa setembro que geralmente lembramos da chamada estação das flores, que começa este ano começa no dia 23.
A propósito, os compositores Beto Guedes e Ronaldo Bastos produziram uma música, gravada pelo primeiro, com o título, “Sol de primavera’, cuja beleza da letra, lembrando a estação, merece que relembremos alguns trechos de versos:
‘ Quando entrar setembro; E a boa nova andar nos campos; Quero ver brotar o perdão; Onde a gente plantou; Juntos outra vez. (…) ; Que venha nos trazer; Sol de primavera; Abre as janelas do meu peito; A lição sabemos de cor ; Só nos resta aprender.’
Para prosseguirmos na reflexão, vejamos um texto, do qual extraímos o título, fazendo adaptações:
‘Quando florescem os ipês em nossa cidade, sabemos que a geada não tornará a se manifestar nesta estação invernosa. Os ipês floridos, derramando seu amarelo na grama verde, em fantasias nacionais, são anúncios da primavera, que se prepara para reinar, por noventa dias. São como batedores que vêm à frente, verificando as veredas e embelezando as estradas, as ruas, as avenidas e as praças.
Recordamos que, há cerca de dois mil anos, um homem se ergueu na Palestina, andando pelos caminhos, alertando as populações. Semelhante aos ipês, Ele anunciava a nova estação que estava prestes a encher de flores de esperança o mundo. O Seu era o anúncio da primavera da renovação.
Preparai os caminhos do Senhor…Depois de mim, virá Aquele do qual não sou digno de desatar as sandálias. Eu sou a voz que clama no deserto… no deserto dos corações humanos. E o Batista trazia as sementes fartas de profecias anunciadas há séculos.
O Rei se encontrava entre os homens. E escolheu o palco da natureza para entoar sua canção de amor. Compôs poemas e somente os corações de boa vontade registraram Seus versos, na intimidade do próprio ser.Mas os versos ficaram ecoando, levados pelos ventos, repetidos pelas montanhas, acolhidos entre as paredes generosas dos que aderiam ao convite. Convite do amor. Convite para amar.
Era o auge da primavera. O Governador planetário viera para estar com os Seus. Estou entre vós como quem serve. Eu sou o Bom Pastor. Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá. O pastor dá a sua pela vida das suas ovelhas.’Crede em Deus. Crede também em Mim. Versos recitados na montanha, no vale, nas estradas. E dedilhados no alaúde do lago de Genesaré. Primavera celestial. Jamais igualada.
E concluindo este texto, da redação do Momento Espirita, prosseguimos:
Nos dias que vivemos, novos anúncios se fazem. A era da regeneração se aproxima e a pouco e pouco se instala. Os arautos se multiplicam. A genialidade retorna ao palco do mundo e as crianças declamam, versejam, compõem sinfonias e executam peças magistrais, em evocações da Sublimidade Celeste.
Gênios avançam estudos nas ciências, sonhando com viagens interplanetárias, em mensagem de vera fraternidade. E outros se debruçam sobre lâminas, livros, em laboratórios, academias, institutos, em investigações que objetivam a cura de males que afligem seus irmãos, o diminuir das dores.
Outros mais empreendem campanhas em prol dos que nada ou quase nada têm. As suas preocupações não são os folguedos da infância, mas sim o bem-estar de outras tantas crianças, amigos próximos ou desconhecidos distantes.
Primícias de primavera. Primavera nos corações. Primavera de um mundo novo, regenerado. Um mundo em que o homem abandonará as armas que aniquilam e abraçará a lira, a ciência, a arte, o amor.
Um mundo que já se faz presente. Como os ipês que bordam arabescos pelo chão, que enchem os olhos e afirmam: A primavera se aproxima!
Fui eu na primavera só não viu as flores, diz outra música, na voz da Vanusa. Que nessa enxerguemos as belezas que são anunciadas.
Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução