Início Destaques do Dia Greve dos motoristas deve prejudicar cerca de 95 mil usuários/dia

Greve dos motoristas deve prejudicar cerca de 95 mil usuários/dia

Dados divulgados pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) em junho apontaram que o aumento na quantidade de usuários poderia ajudar a diminuir o valor da tarifa e no ano passado, pouco mais de 21 milhões de usuários utilizaram o transporte coletivo no município, sendo uma média de 64 mil pessoas ao dia. Já neste ano, Maringá revela que esse patamar esteve em 95 mil usuários/dia até o mês de maio.

No período de janeiro a maio, na média, é como se a Cidade tivesse desembolsado pouco mais de R$ 4 milhões por mês para os pagamentos, que pertencem aos passes do estudante, gratuidades para públicos prioritários e parte do valor da tarifa ao usuário final.

Maringá mantém a menor tarifa do transporte coletivo entre as quatro maiores cidades do Paraná. O município iguala com Londrina e tem tarifa 12% menor que Ponta Grossa e Curitiba, onde as passagens custam R$ 5,50.

Na última segunda-feira, os motoristas do transporte coletivo de Maringá aprovaram a paralisação da categoria. A votação ocorreu ao longo da assembleia do Sinttromar, sindicato que representa a categoria.

Segundo um comunicado feito pelo sindicato nas redes sociais, a greve pode começar, por lei, em até 72 horas a contar do fim da votação, o que daria 17h de amanhã, quinta-feira. Assim, a paralisação precisa ser avisada previamente à empresa.

A TCCC e a Cidade Verde, diante das manifestações do Sindicato que representa a categoria dos seus funcionários acerca da deflagração de movimento grevista, se manifesta, esclarecendo, que, desde o início das negociações coletivas para renovação dos termos de seus acordos coletivos, veio à mesa de negociação com espírito de diálogo franco, técnico e aberto, fundamentando suas propostas e limites, as quais superaram as obrigações legais, com ganhos reais à categoria, dentro de critérios de razoabilidade e responsabilidade com o serviço público de transporte, com a tarifa e, principalmente, com a população pagante e usuária do serviço público de transporte. Esta última, diga-se, que não teve seus rendimentos reajustados nas bases exigidas pelo Sindicato da categoria.

No decorrer desse período, os trabalhadores poderão seguir negociando com a Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), empresa que administra o transporte público no município.

Os motoristas reivindicam reajuste salarial e aumento no valor do vale-refeição. Na quarta rodada de negociações deste ano, a TCCC oferece aumento de 4,5% no salário e 15% no vale, já enquanto a categoria pede 7% de reajuste salarial e vale-refeição fixado em R$ 600.

De acordo com o advogado da empresa, Vitor Marcondes, o anúncio do movimento grevista representa uma ruptura do diálogo negocial, uma negativa das propostas construídas pelas empresas em mesa de negociação sob parâmetros técnicos de boa fé e responsabilidade de sustentação da atividade e serviço que prestam.

“A empresa tomará todas as medidas legais em face do movimento paredista, submetendo toda a questão ao Poder constitucional competente, que é o da Justiça do Trabalho, a fim de buscar legalmente minorar os efeitos da paralisação à população usuária e formular um novo acordo coletivo de trabalho, sob bases legais e responsáveis à sobrevivência do setor”, comunicam as empresas por meio de nota.

Maynara Guapo
Foto – Reprodução

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