O Instituto Trata Brasil publicou a 15ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios do Brasil. O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O levantamento deste ano ficou marcado pelos municípios que variaram mais de 10 posições, de forma positiva ou negativa, e Maringá é uma dessas cidades. Em 2019, o município ocupava a 4ª colocação no ranking; agora está na 14ª posição.
Em 2021, a Cidade teve seu melhor desempenho no ranking, ficando em 2º lugar. A queda no ano seguinte, 2022, foi de oito posições, ficando em 10º. Este ano, o relatório trouxe Maringá na 14ª colocação. Somente no ‘Índice de Tratamento de Esgoto’ Maringá apresentou 100%. O indicador mostra, em relação à água consumida, qual a porcentagem do esgoto que é tratado.
É importante destacar que o município ficou entre os sete municípios que apresentaram valor máximo (100%) neste quesito, maior que a média nacional. No Brasil, 51,2% dos esgotos gerados são tratados. Nos demais indicadores avaliados, a Cidade apresentou 99,99% no atendimento total de água; e 99,98% no atendimento total de esgoto. O relatório mostrou ainda que Maringá registrou 25,13% em perdas na distribuição e um investimento médio per capita de R$ 62,41 por habitante. Maringá atualmente tem 436.472 habitantes.
No geral, das 20 melhores cidades, os estados do Paraná e São Paulo concentram 14 municípios. As seis cidades paranaenses são: São José dos Pinhais (8º lugar), Cascavel (10º), Ponta Grossa (11º), Maringá (14º), Curitiba (15º) e Londrina (19º). No relatório, não há nenhuma cidade paranaense entre aquelas com os piores indicadores para o segmento. O Jornal do Povo questionou a Assessoria de Comunicação da Prefeitura e a da Sanepar sobre uma possível motivação para a queda de colocações que Maringá vem registrando desde 2021. A Sanepar não respondeu.
Por sua vez, a Prefeitura encaminhou uma nota declarando que cobra, constantemente, melhorias no serviço de água e esgoto, prestado pela Sanepar. Ressaltou que “está em trâmite uma ação judicial por conta do contrato de concessão, que venceu em 2010, e atualmente a Companhia opera por meio de liminar. O município está tomando as providências administrativas e judiciais para assumir a prestação de serviço de água e esgoto da Cidade.” Também salientou que Maringá permanece à frente das duas maiores cidades do Paraná no Ranking Nacional de Saneamento 2023.
Em entrevista divulgada pela Agência Estadual de Notícias (AEN), o diretor-presidente da Companhia, Claudio Stabile, informou que a maior parte dos investimentos no último ano foram, inclusive, em esgotamento sanitário, com R$ 918 milhões, um aumento de 53% em relação a 2021 (R$ 596,4 milhões). Em abastecimento de água os recursos somaram R$ 688 milhões, o que aproximam a Sanepar das metas determinadas pelo novo marco legal de saneamento.
O presidente disse ainda que, nos próximos cinco anos, são previstos mais R$ 10,7 bilhões no Plano Plurianual de Investimentos, sendo R$ 2 bilhões aplicados ainda este ano. Concluiu falando que “o aumento gradativo dos investimentos visa manter a ampliação dos serviços à população”.
Ao divulgar o relatório, o Instituto Trata Brasil destacou que enquanto 99,75% da população das 20 melhores tem acesso as redes de água potável, nos 20 piores municípios o número é de 79,59% da população. A porcentagem com rede de coleta de esgoto é ainda mais discrepante, chegando a 97,96% da população nos 20 melhores municípios, e somente 29,25% nos piores colocados; diferença de 68,71 pontos percentuais.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução