O professor doutor Flavio Seixas, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), conduz um trabalho de pesquisa que identificou uma substância presente em dois extratos vegetais capazes de inibir a multiplicação do coronavírus. O trabalho já está sendo reconhecido e foi publicado em uma das mais conceituadas revistas da área acadêmica, o Journal of Biomolecular Structure and Dynamics. Segundo o professor, o levantamento reforça o potencial e a importância da flora brasileira como fonte de pesquisa para combater doenças, como a Covid-19.
“Os testes foram realizados em células infectadas com o vírus, e tratadas com os extratos, cujos resultados demonstraram 100% de capacidade de inibir a infecção. Nas próximas fases da pesquisa, serão realizados testes em animais infectados em parceria com a FioCruz de Curitiba. O objetivo é avaliar se os extratos vegetais ou a substância isolada a partir deles, podem ser usados no combate ao coronavírus”, diz texto divulgado pela Assessoria de Comunicação da UEM.
Essa pesquisa ainda envolve os doutores João Mello, do Laboratório de Biologia Farmacêutica; Rosane Peralta, do Laboratório de Bioquímica de Microrganismos e Alimentos; e Maria Fernandez do Laboratório de Organização Funcional do Núcleo. Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Politécnico de Bragança (Portugal) também contribuíram para os resultados. A intenção é encontrar e identificar substâncias que neutralizam as enzimas responsáveis pela multiplicação do vírus do SARS-CoV-2 que causa a doença.
“Ainda não sabemos quais substâncias podem ser usadas no tratamento de determinadas doenças. Se o desmatamento continuar perdemos um imenso patrimônio biológico que ainda não foi totalmente explorado. Esse material pode ser avaliado em pesquisas contra determinadas doenças, por isso é importante preservar e estudar a flora brasileira. O uso de produtos naturais é uma alternativa ao uso de medicamentos sintéticos tradicionais”, concluiu Seixas.
Esse mesmo estudo já foi publicado na revista de área acadêmica em setembro do ano passado. Estavam envolvidos o mesmo grupo de estudantes de pós-graduação, assim como pesquisadores da UEM.
Victor Cardoso
Foto – UEM
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