Operando desde maio, o primeiro ecossistema de cannabis medicinal do País, foi lançado oficialmente ontem em um coquetel para profissionais da saúde. O evento aconteceu na sede da farmácia em Maringá. A Cannect Life disponibiliza o serviço para facilitar a vida de pacientes e dos médicos. O estabelecimento entrega as medicações em até 48 horas, auxilia o paciente a tirar dúvidas e oferece suporte que não pode ser suprido em farmácia convencional.
“Essa é a primeira farmácia online brasileira especializada em cannabis medicinal, que tem como principal objetivo agilizar o acesso ao tratamento, para pacientes que necessitam, com urgência, dos medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa). A solução está alinhada com missão de democratizar o acesso a tratamentos com cannabis medicinal e comprometida em entregar a melhor experiência para quem efetivamente pode ser beneficiado pela terapêutica”, afirma Allan Paiotti, CEO da Cannect.
Para adquirir a medicação à base de cannabis, os pacientes precisam de prescrição médica controlada, azul do tipo B ou amarela do tipo A, para aquelas com mais de 0,2% de THC. A farmácia se responsabiliza por toda a logística, da prescrição médica até a entrega do medicamento, não só em Maringá, mas em todo o Brasil. A intenção é que não falte medicação para quem precisa com urgência, como pacientes oncológicos e com dores agudas.
Já foram atendidos mais de 2 mil pacientes oferecendo cerca de 700 produtos. Esse é o maior portfólio de medicamentos à base de cannabis medicinal da América Latina. Foram investidos R$ 10 milhões para acelerar o processo de crescimento e expansão. Em maio, a empresa anunciou a fusão com a pioneira Dr. Cannabis, uma plataforma digital, criando ações educativas e ventos.
O uso de Cannabis medicinal no Brasil está em plena “legalização silenciosa”, como destacou uma matéria publicada no site da BBC. O que está em evidência não é propriamente o consumo de medicamentos à base de canabidiol (CBD), o composto ativo extraído da planta, mas sim o cultivo. Plantar qualquer uma das subespécies desse gênero é crime no País, passível de pena de reclusão de 5 a 15 anos; é por esse motivo que é cada vez mais recorrente o número de pessoas recorrendo à justiça para ter o direito de cultivar Cannabis. Já a compra de medicamentos importados ainda tem preços proibitivos para boa parte da população.
Os especialistas reforçam que uma coisa é a Cannabis medicinal, da qual se extrai o canabidiol (CBD) e demais canabinoides para fabricar medicamentos. Outra é cultivá-la apenas visando a produção de matéria-prima para o consumo como droga. Não faltam estudos que apontam o potencial de cura e alívio de sintomas, funcionando como anti-inflamatório, analgésico, relaxante muscular, neuroprotetor e estabilizador de humor.
Victor Cardoso
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