O assunto inflação, que tanta infelicidade causou aos brasileiros, voltou a fazer parte das conversas diárias, e os menos favorecidos são os mais prejudicados com a desvalorização do dinheiro dos salários.
A propósito, será que dinheiro traz felicidade? Vejamos um texto, como o título: A Abençoada moeda, para refletirmos:
Dinheiro não traz felicidade! – A frase anda na boca de muitas pessoas e é repetida inúmeras vezes. Com certeza, o dinheiro, em si mesmo, não traz felicidade, da mesma forma que não constitui felicidade a beleza, o poder e outros tantos itens do mundo.
Felicidade tem a ver com os propósitos de vida, o que elegemos para nós mesmos, em termos de realização pessoal. No entanto, de forma alguma o dinheiro se faz dispensável. A sua ausência, quase sempre, se transforma em fator de desequilíbrio e miséria com que se atormentam multidões.
Dessa forma, pensemos um tanto mais antes de ficarmos repetindo o que dizem tantos. O dinheiro, em si mesmo, não é bom, nem mau. A sua validade decorre do uso que dele fazemos.
Pensemos que bendita é a moeda que adquire o medicamento que salva vidas. Bendito é o dinheiro que levanta hospitais, sustenta campanhas humanitárias, promove a educação de crianças e jovens.
Bendita é a moeda que multiplica bênçãos familiares através do salário digno ao trabalhador. Bendito é o dinheiro que compra o leite e nutre o recém-nascido.
É ele que fomenta pesquisas e estimula o progresso humano. É ele que constrói pontes e une um extremo ao outro. É ele que financia a cultura, as artes. Patrocina o amparo aos animais e a proteção à natureza. Não compra o céu, mas pode gerar a simpatia na Terra, quando utilizado nas tarefas do bem.
Quem pode viver bem na Terra sem um abrigo para as intempéries, um teto para se precaver das chuvas, do sol inclemente? Ou sem o alimento que lhe nutra o corpo? E pode curar-se sem acesso à cirurgia, ao tratamento clínico, à droga medicamentosa?
Não nos esqueçamos de que Jesus abençoou o vintém da viúva, no tesouro público do templo. Também enalteceu o gesto de amizade de Maria de Betânia, derramando-lhe o caríssimo perfume de nardo nos cabelos, homenageando-O. Tanto que afirmou que onde quer que o Seu Evangelho fosse pregado, aquele gesto igualmente seria lembrado.
Perfume de nardo, adquirido com dinheiro e guardado para uma ocasião especial. Dinheiro também serve para isso: para dizermos a um amigo querido que o amamos muito e o desejamos honrar, com nossa presença e com nosso mimo. Quem não aprecia a delicadeza de uma flor, de um cartão, de uma pequena dádiva oferecida em nome da ternura?
Quem de tudo se despoja, dizendo que nada deseja do mundo, em verdade se torna um peso para a sociedade que lhe deve prover a sobrevivência.
Pensemos a respeito: nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Nem sovinice que nos mantenha atrelados à usura, nem desprezo à moeda que libera o doente da dor, o esfaimado da sua carência, o iletrado da sua ignorância. Importante não é ter muito ou ter pouco. Importante é saber lhe dar o correto destino.
Não amaldiçoemos, portanto, o dinheiro, instrumento dócil em nossas mãos. Façamo-lo servir conosco, sob a inspiração do Cristo e transformemos nossas possibilidades financeiras em valiosos talentos em nosso caminho, cooperando na disseminação do bem no mundo.
Que este texto da Redação do Momento Espírita, sirva para refletirmos sobre a importância do controle das contas públicas e o combate à inflação, que garanta mais dinheiro para todos.
Akino Maringá, colaborador
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