O surto de hepatite aguda infantil sem causa definida foi relatado pela primeira vez no mês passado, no Reino Unido. Na ocasião, mais de 100 crianças apresentaram a doença. Hoje ela já pode estar em mais de 20 países, inclusive no Brasil. O secretário de Saúde de Maringá, Clóvis Augusto Melo, durante discurso na Câmara de Vereadores, falou sobre o assunto. Além disso, informou que Maringá investiga um caso suspeito da doença. O Paraná descartou um caso da hepatite misteriosa.
“Essa hepatite é uma inflamação no fígado de origem incerta. Geralmente as hepatites são causadas por vírus do tipo A, B, C, D e E, pode ser medicamentosa ou ingestão de álcool. Quando você vê que não há nenhuma dessas causas e não consegue estabelecer outro motivo, o Ministério da Saúde precisa ser comunicado e os dados enviados imediatamente. No Paraná havia um caso, mas foi descartado. Em Maringá iniciamos uma investigação há dois meses, a médica comunicou a secretaria e esperamos o resultado”, explicou o secretário.
Até dia 13 foram notificados 232 casos misteriosos de hepatite em crianças e adolescentes europeus de até 16 anos. Desse total, 229 foram classificados como prováveis pelas autoridades de saúde. 122 já se recuperaram, enquanto 18 permanecem sob cuidados médicos. Analisando ainda os dados sobre a hepatite misteriosa no Reino Unido, uma parcela significativa dos casos testou positivo para o adenovírus 41. O serviço de saúde britânico explica que “a investigação continua a sugerir uma associação com adenovírus; vírus mais frequentemente detectado em amostras testadas.”
Com base nas informações atuais, a maioria das crianças relatadas com a hepatite aguda não recebeu a vacina contra Covid-19, descartando uma ligação entre os casos e a vacinação neste momento. Em alguns casos relatados, foi detectada a presença do vírus SARS-CoV-2, e esta também é uma das linhas de investigação.
Victor Cardoso
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