Pessoas circulando sem máscara ou com o acessório, que na verdade se tornou um equipamento de segurança, pendurado no queixo; essa imagem está cada vez mais fácil de encontrar. Em Maringá, nas praças, ruas e avenidas a cena é repetida diversas vezes. O setor de fiscalização do município substituiu as multas que eram aplicadas no início da pandemia por conscientização. Depois de dois anos, será que ainda há esperança que aqueles que ignoram a máscara vão passar a utilizá-la?
As opiniões dos médicos se dividem. Alguns consideram aceitável tirar a máscara ao ar livre por conta da ventilação dispersar o vírus; tudo isso desde que não tenha aglomeração. Mas tem epidemiologistas que mantém o receio de que a liberação confunda a sociedade com a ideia de fim da pandemia. E assim as pessoas abandonem as máscaras em qualquer ambiente, inclusive os fechados.
Na manhã de ontem, o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, esteve em Apucarana e, dentre diversos assuntos, falou sobre a flexibilização do uso de máscara. Segundo ele, nada muda e o Paraná continua com a obrigatoriedade do acessório em todos os lugares. Disse acreditar que o uso continua até o ano que vem.
“Temos que respeitar a lei. No Estado nós temos uma lei aprovada na Assembleia, sancionada pelo governador Ratinho Junior, da obrigatoriedade do uso em ambientes fechados e abertos. Existe sim uma Lei Estadual aprovada que está em vigência. Qualquer tipo de flexibilização que o estado venha fazer a respeito do uso das máscaras nós teremos que trabalhar em cima da revogação de algum artigo”, resumiu o secretário.
Por sua vez, o secretário de Saúde de Maringá, Marcelo Puzzi, esclareceu que ainda que os municípios tenham autonomia é preciso pensar que o assunto é sobre o bem da sociedade. Em relação à saúde, reforçou que nesse momento de exceção é importante pensar e praticar as medidas não farmacológicas.
“Precisamos manter o afastamento quando possível, lavagem das mãos, uso do álcool em gel, ambientes fechados com portas e janelas abertas e a utilização da máscara. Não dá para estimar exatamente, mas a máscara ajudou a diminuir 40, 50% dos óbitos. Pedimos que as pessoas não abandonem essa prática, vamos fazer campanhas para que a máscara não seja esquecida e que todos completem o quadro vacinal contra a Covid-19”, solicitou Puzzi.
Em novembro, a Prefeitura de Maringá publicou o decreto mais flexível desde o início da pandemia. Todavia, deixou claro que as máscaras continuam sendo a principal proteção dos maringaenses na prevenção à Covid-19. O decreto liberou eventos e festas sem restrição de ocupação ou limite de pessoas, mas com obrigatoriedade do uso da máscara.
Victor Cardoso
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