Mentir é um erro! Mentir sobre assunto sério, que pode gerar danos à sociedade, por vezes irreversíveis, vai muito além do simples erro, pode ser crime. E grave! Não se doura a mentira chamando-a de fake news, glamourização de uma palavra gringa que no Brasil já é quase que uma piada, usada não raro para aliviar uma situação difícil, também para o disseminador, o mentiroso. Com a mentira não se brinca! Informação exata, correta e verdadeira previne doenças, acidentes, enfim, salva vidas.
Expressar inverdades, principalmente sobre temas relacionados a áreas consideradas sensíveis, que tem a informação como única ferramenta eficaz de prevenção, nada tem a ver com liberdade de expressão, como querem alguns. Trata-se, novamente, de uma falácia, o que obriga a todos os cidadãos a permanecerem atentos, pois não são raros os discursos bem elaborados, mas sem qualquer fundamento relacionado à verdade.
A mentira, que segue sendo usada com frequência nessa pandemia, por exemplo, pode induzir o indivíduo ao erro de não se cuidar e, a partir daí, levá-lo à contaminação, hospitalização e até a morte. Além de poder contaminar outros ao seu redor. Um círculo vicioso irresponsável!
Líderes de opinião, aqueles especialistas que interpretam cenários, artistas de TV, comunicadores de rádio e famosos de reality shows, que estão a todo instante se comunicando em suas redes sociais com fãs e seguidores, ou mesmo quando questionados pela imprensa, precisam agir com responsabilidade, ter consciência do papel que desempenham e do poder de suas palavras. Eles sabem que podem influenciar pessoas.
Essa mesma conscientização e responsabilidade deve ser exigida dos jovens que hoje buscam a fama e tudo o que ela pode oferecer (glamour, bajulação e dinheiro) atuando pelas plataformas de vídeo da Internet. Estes também possuem forte capacidade de influenciar as suas audiências. Não é por outra razão que são denominados de “influencers”.
Infelizmente, alguns disseminam conceitos que contrariam a verdade, ou seja, espalham mentiras. E não vale dizer, para desculpá-los e preservar os números de clicks da audiência, de que erram porque são jovens ansiosos, inexperientes, desinformados etc. Nenhum público gosta de ser enganado, nem mesmo os que dão clicks para influencers. Eles precisam saber que isso acontece!
Jornalistas também erram, não são donos da razão. E independentemente da plataforma de atuação, o compromisso profissional tem que ser com a realidade dos fatos. Eles sabem quais caminhos trilhar para confirmar qualquer informação duvidosa. No entanto, pela pressão do tempo e desencontros provocados por este mesmo tempo escasso, equívocos ou erros escapam. Porém, dificilmente este erro é cometido de forma deliberada, com a intenção de enganar o público; quando o erro é percebido, não raro é corrigido imediatamente.
É importante saber separar o joio do trigo. Com a liberação da Internet para o público e o surgimento das redes sociais, foram criados muitos veículos virtuais de comunicação. Contudo, alguns desses nada têm a ver com os veículos sérios e profissionais da comunicação, que valorizam a ética, o compromisso com a notícia e o cuidado na sua busca, elaboração e publicação. E tudo isso em respeito ao público, que precisa confiar no que lê, ouve e assiste nos veículos de comunicação de sua preferência. Credibilidade, cabe reafirmar, é vital para qualquer veículo, da mídia tradicional ou não, que deseja ser considerado de forma positiva por seu público consumidor.
A maioria dos indivíduos que compartilham informações enganosas pelas redes sociais certamente o fazem sem saber de que se trata de inverdades e, não só isso, dos possíveis danos da sua disseminação. Recentemente foram criados alguns veículos de checagem, mas estes, lamentavelmente, ainda são insuficientes para retratar o volume de inverdades que circulam por aí. Diante desse cenário, o que resta a todos em caso de dúvidas é sempre buscar a veracidade da informação. E se não a encontrar, jamais compartilhá-la. A dúvida pode ser uma mentira e causar algum tipo de dano à sociedade.
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