Pai, mãe e filho, indiciados por tráficos de pessoas em Maringá conseguiram habeas corpus junto ao TJ-PR e vão aguardar julgamento em casa.
O pastor, a bispa e o apóstolo da Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus, acusados de explorar o trabalho infantil na venda de pizzas haviam sido presos em flagrante em operação da Polícia Civil desencadeada no último dia 23 de julho. O grupo é acusado de explorar o trabalho de crianças para vender pizzas fabricadas na própria igreja. A secretária da igreja, que comandava o sistema de vendas, foi detida dias depois e ainda continua presa.
Os três libertados ontem após ganhar o direito de ir para a prisão domiciliar foram indiciados por tráfico de pessoas, principalmente crianças, que trabalhavam em regime análogo à escravidão. No habeas corpus concedido, o Tribunal de Justiça do Paraná determina a soltura dos líderes religiosos, considerando adequada a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, com a obrigação dos suspeitos ficarem em casa durante a noite e de manterem-se longe das vítimas e testemunhas, além de não poderem exercer a atividade de liderança religiosa.
O advogado Everton Caldeira disse que os líderes religiosos seguem à disposição da Justiça e que ele confia na absolvição dos clientes, considerados inocentes pela defesa, que está pleiteando a soltura também da secretária. Conforme o que apurou a Polícia Civil no correr das investigações, “as crianças e adolescentes vendiam as pizzas em nome da igreja para ajudar pacientes em tratamento contra o câncer. Apesar disso, o dinheiro ficava com os líderes religiosos”. O inquérito apurou que onze crianças e adolescentes eram submetidas a trabalhos forçados, jornadas exaustivas e condições degradantes.
Redação JP
Foto – G1