Descobri que sou um filósofo, por acaso, ao ser assim chamado por um primo. Mas logo concluí que todos os seres humanos são filósofos, e não sou um privilegiado.
Filosofia, segundo os dicionários, é a razão da existência humana; conjunto das reflexões particulares que buscam entender a realidade, a partir da razão. Se um famoso filósofo disse: ‘Penso, logo existo’, apresento outro pensamento: ‘Existo, logo vivo’, convidando o caro leitor a uma reflexão sobre quem somos, de onde viemos, para onde vamos.
Há quem acredite que sejamos a junção de um espermatozóide com um óvulo, e que acabaremos quando o chamado fenômeno da morte acontecer. Será? Esta união forma o corpo, que segundo a BBC News, em matéria de Brian Clegg, é composto basicamente de apenas quatro tipos de partículas e elementos químicos que no mercado, para 70 quilos custariam cerca de 2.000 dólares, R$ 11 mil em valores atuais.
Somos apenas um corpo que vale tão pouco? Claro que não. Aprendi com a filosofia espírita que somos uma alma ( espírito) animando o corpo, que não funciona sem ela. Aqui faço um parêntese para falar das diferenças entre as palavras alma e espírito: São sinônimas, na definição do filósofo Alan Kardec, codificador do espiritismo. Convencionou-se chamar de alma quando estamos ‘vivos fisicamente’, no corpo. E espírito quando esse morre e voltamos para o Mundo Espiritual. Resumindo: todos que estamos lendo este texto com os olhos do corpo físico, somos uma alma que tem um corpo, nunca um corpo que tem uma alma. somos.
Para aprendermos um pouco mais sobre a filosofia espírita, vejamos os seus cinco princípios, começando pela crença na existência de Deus, que é a base, sua pedra angular. Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais. Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.
O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo. O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.. Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade. Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhes superioridade moral e intelectual sobre as outras.
O segundo princípio é a convicção quanto imortalidade da alma mostrando que somos imortais, nascidos simples e ignorantes, com aptidão para o bem e para o mal, destinados à perfeição e à felicidade. Antes de sermos seres humanos, encarnados em um corpo físico, somos filhos de Deus, pois o espírito é o princípio inteligente do universo e, entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a humana para encarnação dos Espíritos. Assim, os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, que se destrói pela morte..
O terceiro é a pluralidade das existências demonstrando–nos que a alma progride e se depura submetendo-se à prova de uma nova existência, e tantas mais quantas forem necessárias , o que chamamos de reencarnação. Todos nós temos muitas existências.
Há , ainda, pluralidade de mundos habitados, como quarto princípio, afirmando que podemos renascer na Terra e em outros planetas, confirmando o que disse Jesus: Há muitas moradas na casa de meu Pai”.
O quinto trata da comunicabilidade dos Espíritos, que constituem uma das potências da Natureza, atuando sobre a matéria e sobre o pensamento, exercendo ação sobre o mundo físico e moral. São eles a causa de uma série de fenômenos até então inexplicados ou explicados de modo equivocado, os quais só encontram explicação racional na filosofia espírita.
As relações dos Espíritos com os homens são constantes, os bons nos atraem para o bem e os maus nos impelem para o erro. E como se dá isso? Através do nosso pensamento, da nossa sintonia, sendo o pensamento o laço que nos liga aos Espíritos, portanto, dependendo das nossas emanações mentais e das nossas ações, atrairemos para perto companhias espirituais positivas ou negativas. A comunicação dos Espíritos com os homens podem ser ocultas, sem que nem mesmo nos a percebamos, através da intuição ou da inspiração, ou ostensivas, quando bem caracterizadas, podendo, ainda, manifestarem-se espontaneamente ou mediante evocação.
Filósofos que somos, podemos conjecturar , de onde viemos e para onde vamos e quem somos. A filosofia espírita é mais um farol para que possamos, a partir da razão, tirarmos conclusões. Ou será que devemos continuar acreditando que a nossa origem está em Adão e Eva, ou descendentes do macaco?
Akino Maringá, colaborador
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