Depois de artigos científicos indicarem a possibilidade de exames falsos positivos para a dengue em pessoas que foram contaminadas com o novo coronavírus, pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) desenvolveram um estudo buscando identificar a reação cruzada entre os testes. A confusão nos dados pode dificultar o diagnóstico e o tratamento adequado. O projeto de Iniciação Científica será realizado no Hospital Universitário (HU).
Ao todo, 30 amostras de sangue de pacientes internados vão passar por análises. Os dados clínicos como comorbidades, resultados bioquímicos, hematológicos e imunológicos serão analisados. Os pesquisadores salientam que as duas doenças, Covid-19 e dengue, possuem sintomas em comum como febre, dor ao redor dos olhos, dor muscular, articular e de cabeça, enjoo e vômito. Todavia, a dengue não costuma causar sinais respiratórios como coriza ou tosse; enquanto pode gerar manchas vermelhas.
“Isso ocorre pela similaridade antigênica e sintomatológica parecida das doenças, o que dificultaria o diagnóstico nesse momento de pandemia. Nosso objetivo é avaliar se isso de fato tem acontecido e de que maneira podemos prevenir, para que não haja diagnóstico errôneo e tardio dessas duas doenças graves. Assim, conseguiríamos ajudar nosso sistema de saúde”, afirmou o orientador da pesquisa, Dennis Armando.
Ele lembra que a revista científica Lancet Infectious Diseases publicou, no ano passado, dois casos em Singapura que apresentaram testes positivos para a dengue e para Covid-19. Ficou comprovado, na época, que o teste sorológico era falso positivo para a doença provocada pelo aedes aegypt.
“A falha no resultado do teste rápido para a dengue tem sérias complicações para o paciente e para a saúde pública. Por isso, é importante aplicar testes com alto grau de sensibilidade e acessíveis”, finalizou o pesquisador.
Victor Cardoso
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