Batizado de SpectroCheck, este é o software desenvolvido pela empresa Gluco Scan, de Maringá, em parceria científica com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), que, segundo os responsáveis. diagnostica Covid-19 em três segundos. O sistema é incluído em um aparelho portátil analisados de espectro e mostra presença ou ausência do novo coronavírus na pessoa. Os pesquisadores garantem que a tecnologia inédita tem nível de confiança de 90%. A apresentação do programa aconteceu ontem pela manhã no câmpus da UEM.
O SpectroCheck apresentou 83,87% de sensibilidade, ou seja, capacidade de acertar o resultado positivo; além de 91,07% de especificidade, que é o acerto no resultado negativo. Com aval prévio do Comitê Permanente de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (Copep) da UEM, de 12 a 29 de maio o software de diagnóstico foi testado em 970 pessoas. Os resultados positivos foram submetidos a contraprova em um laboratório de Maringá.
O espectrofotômetro com o software não é invasivo e recebe uma troca de filtro plástico a cada uso. O aparelho faz o escaneamento molecular da saliva contida na língua. A análise dos dados é feita com acompanhamento do Departamento de Estatística (DES) e o Programa de Pós-Graduação em Bioestatística (PBE) da UEM.
“Para a realização do teste o aparelho é apontado para a língua, a uma distância de um centímetro a 10 centímetros, e emite um raio infravermelho, indolor, que transforma em gráfico digital a leitura da espectrometria de massa, método de análise óptico mais utilizado em investigações biológicas. Como a Covid-19, principalmente no início, atinge o trato respiratório superior, o vírus é detectado na boca e, consequentemente, na saliva humana. O detector coleta amostras espectrais de saliva em uma faixa de comprimento de onda de 740 a 1.070 nanômetros”, explicou o coordenador do projeto, Dennis Armando Bertolini.
Desde junho do ano passado os profissionais estão trabalhando no software, foi o que informou João Otávio Sedovski Garcia, diretor de desenvolvimento e pesquisa do SpectroCheck. Falou ainda que é capaz de detectar a Covid-19 em pacientes assintomáticos com altíssima precisão. Além disso, possibilita pesquisas futuras em diagnóstico de outras doenças. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já foi notificada sobre a criação, mas até o momento não enviou resposta.
“O teste não exige a apresentação de sintomas relacionados à Covid-19 ou uma quantidade mínima de dias para sua execução, bem como não apresenta resultado específico quantitativo sobre anticorpos relacionados ao mesmo, ou percentual quantitativo de carga viral positiva em pacientes contaminados”, descreve o relatório de validação. Isso significa que a triagem confirma ou refuta a presença de particular virais na fase assintomática ou inicial da doença. Todos os resultados ficam na memória do aparelho que é prático e pequeno; contendo ainda tecnologia bluetooth para transmissão de dados a nuvem, computadores e smartphones.
UEM
Foto – UEM