Tecnicamente o Vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aconteceu normalmente no domingo e na segunda-feira. O que marcou negativamente foi o número recorde de ausentes na edição do concurso. Somente no primeiro dia de prova, 6.604 candidatos não fizeram a prova. Ou seja, dos 14.273 inscritos, 7.669 vestibulandos compareceram em 11 cidades paranaenses; índice de 46,27% de ausências. Segundo a Comissão Central do Vestibular (CVU), a grande quantidade de faltosos já era esperada
“Temos que considerar o fator saúde, com candidatos tendo sintomas ou pessoas próximas com Covid-19 e ainda com medo do momento enfrentado. Aliado a pandemia tem o fator econômico que está lado a lado e impacta com a vinda destes candidatos. A mudança das provas de Curitiba para Ponta Grossa também foi impactante. Com pouco tempo para se programarem, quase 63% dos alunos faltaram no exame. Por fim, cerca de 600 pessoas não fizeram o vestibular porque foram aprovados na última etapa do Processo de Avaliação Seriada (PAS). O resultado foi divulgado no início do mês e já era esperado a quantidade de ausente por esse motivo”, informou Maria Raquel Marçal Natali, presidente da CVU.
Nos dois dias de avaliação, não houve nenhum problema em relação ao protocolo de biossegurança aprovado previamente pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná. A CVU informou que um aluno com diabetes precisou se alimentar durante a prova, o que era proibido, porém a situação era aguardada e constava como uma exceção aplicável. Ainda no assunto alimentação, candidatos da região reclamaram do novo decreto que vigora em Maringá porque tiveram dificuldades no domingo. Alguns inovaram realizando um piquenique nos bancos da universidade, antes de entrar na sala de aula.
O Vestibular também foi diferente para quem nem concorria a uma das 2.989 vagas ofertadas. Declarações de empresários do setor hoteleiro foram parecidas, revelando decepção; uma vez que os hotéis do município não receberam nem um terço da quantidade de hospedes em edições anteriores das provas. Odenir Cardoso, recepcionista de um hotel há 25 anos, lembrou que já chegou a reservar quartos com um ano de antecedência e providenciar novas instalações; em 2021, isso não aconteceu.
CONCURSO
O tema do racismo na Redação coincide com o fato de este ser o primeiro vestibular da UEM a contar com reserva de vagas para negros. A aprovação do Sistema de Cotas Raciais se deu em 2019, quando o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão decidiu pela reserva de 20% das vagas de graduação para negros e pardos. As 2.989 vagas são uma soma do Vestibular de Inverno 2020 e do Vestibular de Verão 2020, distribuídas da seguinte maneira: 60% das vagas para destinadas à ampla concorrência; 20% das vagas são destinadas às cotas sociais (já existentes); e 20% das vagas são destinadas às cotas para negros (oferecidas pela primeira vez; destas, maior parte vai para negros de baixa renda.
Os cursos de graduação presenciais mais concorridos, conforme dados da CVU, foram: Medicina (271,52 candidatos para cada vaga universal), Odontologia (25,21), Psicologia (23,05), Direito matutino (21,86 por vaga) e Arquitetura e Urbanismo (21,85). O resultado final do processo seletivo será divulgado em 15 de junho, às 10 horas, no site www.uem.br.
Victor Cardoso
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