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Navio encalhado no Canal de Suez impacta economia mundial

O gigantesco navio que encalhou ao manobrar no Canal de Suez, no Egito, provocou um entrave logístico de repercussões mundiais, que pode respingar em Santa Catarina. As consequências incluem aumento no preço de combustíveis, alta no valor dos fretes e atraso nas viagens, que impacta diretamente a atividade industrial no Estado.

Isso ocorre porque o fluxo de mercadorias depende da fluidez logística do transporte marítimo – e o Canal de Suez tem um papel importante nessa equação. Localizado entre o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo, o canal faz parte de algumas das principais rotas de navegação do mundo. Pelo menos 12% de todo o comércio global passa por ali.

No caso dos combustíveis, por exemplo, o impacto está no atraso para escoar os barris de petróleo que saem do Oriente Médio. Como o preço da gasolina é calculado em dólar, seguindo o mercado mundial, o prejuízo pode chegar às bombas também por aqui.

O encalhe do navio já deixou mais de 200 outras embarcações na fila de espera para atravessar o canal. Algumas companhias de navegação avaliam rotas alternativas, mas isso estende os trajetos e representa mais custos de viagem.

Rodrigo Gomes, gerente comercial da Portonave, em Navegantes, diz que o principal impacto para o setor portuário deve ser o congestionamento de navios na Europa e na China. Isso ocorre porque a demora para a atravessar o Canal de Suez deve provocar o represamento de navios e cargas em outros terminais.

– Pode ser que alguns navios sejam cancelados, viagens sejam canceladas de lá para cá por muito atraso – diz.

Se confirmada essa hipótese, o impacto pode chegar ao Estado em cerca de 30 dias, no caso das cargas vindas da Europa, e 45 dias para navios vindos da China. Quando se trata de navios, atrasos ou mudanças de roteiro representam um acréscimo de milhões de dólares aos custos de transporte – e isso reflete nos custos de toda a cadeia logística.

Egidio Martorano, secretário-executivo da Câmara para Assuntos de Transporte e Logística da Fiesc, diz que a situação é inédita, afeta o mundo todo, e por isso é difícil calcular os impactos. Mas ele acredita que os prejuízos só virão se o problema se estender por mais tempo.

Nesta quinta-feira, equipes de resgate da Holanda e do Japão foram convocadas para desencalhar o navio no Canal de Suez. A embarcação é da companhia Evergreen Marine Corp, de Taiwan, e tem 400 metros de comprimento. Para comparação, o maior navio cargueiro a navegar a costa brasileira, o APL Paris, com bandeira de Singapura, tem 347 metros. A embarcação fez a única atracação no Brasil no ano passado, em Navegantes.

Foto – Reprodução

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