O secretário de Saúde de Maringá, Marcelo Puzzi, definiu a situação da Covid-19 em Maringá como gravíssima. Informou que no município todos os pacientes que precisam de ventilação mecânica e intubação vão começar a entrar numa fila de espera. Os respiradores de hospitais públicos e privados estão sendo ocupados no momento. Por isso, uma força tarefa foi iniciada para a compra de novos aparelhos.
Segundo Puzzi já foi realizada uma busca por respiradores em empresas de Santa Catarina e São Paulo. No momento, 12 equipamentos estão disponíveis no mercado e deverão ser adquiridos pela Saúde por meio de uma licitação aberta na manhã de ontem. Na região a situação se repete, pacientes com sintomas graves da Covid-19 estão com dificuldades para serem entubados por conta da falta de aparelhos.
A situação só não é ainda mais dramática, em relação às filas, porque as vagas de pessoas que não resistiram à doença são rapidamente preenchidas por outros doentes graves. Um médico que trabalha em três hospitais da Cidade disse que “o sistema de saúde de Maringá já colapsou”. Relatou que “Não tem vaga de UTI em nenhum deles [hospitais]. Improvisaram vários leitos de UTI que também já encheram. Vários pacientes intubados nos prontos-socorros onde estão esperando vaga na UTI. Vai começar a morrer gente sem assistência.” O profissional não será identificado por que teme ataques.
AMBULATORIAIS
O Governo do Estado já havia proibido a realização de cirurgias eletivas nos hospitais. A derterminação veio por meio de decreto na semana passada. Porém, Maringá ampliou a restrição abrangendo também as cirurgias ambulatoriais; procedimentos onde o paciente chega de manhã e tem alta no final da tarde. O motivo é porque os equipamentos hospitalares e os profissionais de saúde precisam estar disponíveis para não faltar assistência médica.
Marcelo Puzzi explicou que essa também é uma maneira de poupar insumos para o atendimento de Covid-19. As cirurgias ambulatoriais seguem proibidas até a segunda-feira, nisso encaixa cirurgias plásticas, oftalmológicas, otorrinolaringológicas e outros procedimentos de pequeno porte. Mesmo sendo mais simples, exigem retaguarda de centros cirúrgicos, respiradores, medicamentos e até UTI em caso de complicação do paciente.
MUDANÇAS
De acordo com o secretário de Inovação, Aceleração Econômica, Turismo e Comunicação (Siacom), Marcos Cordiolli, na segunda-feira deve haver novidades em relação a decretos em Maringá. A Prefeitura aguarda um novo documento do Estado e, a partir de então, publicará novas medidas de enfrentamento ao novo coronavírus para o município.
“As pessoas podem sair de casa para ir em supermercados, açougues e padarias, locais que comercializem comidas e materiais de consumo diário básico. Pedimos que não entrem um número maior do que uma pessoa por 1,25 metro. Se o local não tiver capacidade para comportar isso, o proprietário terá que organizar filas e distribuir senhas. Fora os compromissos necessários, imploramos para que não saem de casa”, disse Cordiolli.
Victor Cardoso
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