Pais, professores e diretores de escolas realizaram um manifesto ontem com posicionamentos contrários e favoráveis às aulas presenciais nas redes pública e privada. Com cartazes e opiniões firmes, o protesto chegou à entrada da Câmara Municipal de Vereadores para chamar a atenção dos representantes maringaenses.
De forma pacífica o grupo estava dividido com um lado a um a favor das aulas presenciais, outro contra a volta à sala de aula sem vacina. A professora Graziele Teixeira, da rede municipal de ensino, diz que só vai se sentir segura após a vacinação.
“Muitos falam que o professor não quer voltar, mas não é verdade. O professor quer voltar, ele sente falta dos alunos, ele quer ensinar, mas como vamos voltar e cuidas dos alunos sem vacina? Por isso queremos vacina já, sabemos que escola fechada é vida preservada. Como vamos mandar as crianças pra escola sem leitos (em hospitais)? É complicado”, explicou.
Por outro lado Raissa Nascimento, mãe de três filhos, alunos da rede pública e da rede particular, acredita que a sala de aula é segura e que os estudantes estão perdendo muito com a suspensão das aulas presenciais.
“Está sendo bem complicada a evolução das crianças na educação, pois elas estão na idade onde precisam ser mediadas e temos muitas mães que não tem como cuidar, então deixam com avós, com tios, com parentes, pessoas que não vão conseguir dar a orientação correta para a criança ser educada. Em Maringá, eles estão tirando o direito a educação das crianças”, afirmou.
A professora Maracelis Jesualdo, da rede privada de ensino, diz que a experiência de aulas presenciais desde 1º de fevereiro mostrou que o retorno é seguro.
PROJETO RETIRADO
Por causa da polêmica, o vereador Sidnei Telles, que apresentou um projeto de lei em regime de urgência incluindo atividades escolares como essenciais, decidiu retirar o projeto por quatro sessões. “Recebi vários conjuntos da sociedade, favoráveis e contrários ao projeto. Com isso, os vereadores ficaram inseguros de votarem na urgência. Decidimos então tirar a urgência e promover um debate, aqui na casa, com pais, professores, população, não só professores. Há o problema nutricional da suspensão das aulas, o problema da defasagem educacional, tudo isso junto. Então, precisamos ouvir todo mundo”, explicou.
De acordo com a prefeitura a suspensão das aulas presenciais entre os dias 24 de fevereiro e 7 de março, é uma medida de prevenção pela combinação de vários fatores: evitar aglomerações, diminuir circulação de carros e pessoas pelas ruas, falta de leitos para tratamento da covid, entre outros.
Dayani Barbosa
Foto – Reprodução