O cancelamento, anunciado em cima da hora, pegou mais de 100 mil inscritos de surpresa e será investigado pela própria PC por determinação do governador Ratinho Júnior.
As provas do concurso para 400 vagas de investigadores, papiloscopistas e delegados, seriam realizadas neste domingo em Curitiba e outras cidades da Região Metropolitana. Mas foram suspensas pela organização às 5h42 pouco mais de 7 horas antes do início. Os candidatos de fora que ainda não haviam chegado na capital paranaense estavam a caminho. Muitos vieram de outros Estados e com razão, se mostraram revoltados com o cancelamento, que foi repudiado também pelo próprio governador Ratinho Júnior. Em nota, o governador classificou a suspensão da prova como inaceitável e desrespeitosa ao mesmo tempo em que afirmou: “ Os culpados serão responsabilizados”.
Da região de Maringá, muita gente saiu na noite de sábado rumo à capital com o objetivo de fazer uma boa prova e ter chance de ingressar na Polícia Civil do Estado. “Tive um misto de raiva com frustração , além de sensação de perda de um dinheiro que gastei quase sem poder”, desabafou uma candidata de Maringá, depois de passar a noite dentro de um carro. Outros chegaram a dormir na rodoviária de Curitiba. Um casal de Nova Esperança viajou com a filha pequena que não estava bem de saúde mas não tinha com quem deixar.
Ao todo, foram 106 mil inscritos. Tinha gente de todo o Brasil, que já estava na capital paranaense e teve que voltar pra casa sem fazer a prova. Foi um baque para tudo mundo, também para os candidatos do Paraná, como é o caso de Ícaro Cassiolato, de Maringá, a fim de prestar o concurso para investigador de polícia. Ele estava indignado, a exemplo de Danilo Stochi, também de Maringá, que já estava em Curitiba hospedado na casa de uma amiga. “O transtorno que passei foi grande, mas é pouco perto do que candidatos de outros estados enfrentaram”, disse.
O PORQUÊ DO CANCELAMENTO- O núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná informou que suspendeu as provas porque a última checagem de verificação de segurança feita na madrugada de domingo concluiu que não estavam sendo atendidos os protocolos de segurança contra a Covid 19 e que até a véspera não havia sido comunicado sobre qualquer irregularidade. Só lembrando que o mesmo concurso havia sido adiado uma vez. Foi em junho de 2020 , também em virtude da pandemia, segundo os organizadores.
O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Silvio Jacob Rockembach, disse que a suspensão do concurso público da Polícia Civil horas antes do início da aplicação das provas em Curitiba e outras cidades da Região Metropolitana, foi causada por falta de planejamento e organização do Núcleo de Concursos da Universidade Federal do Paraná (NC-UFPR). Ele é quem deve comandar o processo de investigação, solicitado pelo governador para apurar as falhas e os reais motivos do cancelamento. Enquanto isso, o NC-UFPR) informou que fará todos os esclarecimentos sobre o fato e que em breve anunciará a nova data para aplicação das provas.
AEN
Foto – G1