O bom jornalista deve ouvir os dois lados, é uma regra básica, aprendi ouvindo e lendo os grandes.
Nos últimos tempos a notícia mais dada talvez seja a de mortes por Covid, e muitos acreditamos que as pessoas que morrem passam para o outro lado da vida. Como seria o outro lado? A grande maioria acredita que não se pode saber, porque, dizem, ninguém voltou ou ouviu o outro lado ( os mortos). Será? Vejamos um texto para reflexão:
‘A sepultura não é a porta do céu, nem a passagem para o inferno. É o bangalô subterrâneo das células cansadas – silencioso depósito do vestuário apodrecido. O homem não encontrará na morte mais do que vida e, no misterioso umbral, a grande surpresa é o encontro si mesmo. Falar, pois, de Homens e de Espíritos, como se fossem expoentes de duas raças antagônicas, vale por falsa concepção das realidades eternas.
As criaturas terrenas são, igualmente, Espíritos revestidos de expressões peculiares ao planeta. Eis a verdade que o Cristianismo restaurado difundirá nos círculos da cultura religiosa. Quanta gente aguarda a grande transição para Regenerar costumes e renovar pensamentos? Entretanto, adiar a realização do bem é, sempre, menosprezar patrimônios divinos, agravando dificuldades futuras.
O deslumbramento que invadiu as zonas de intercâmbio, entre as esferas visível e invisível, operou singulares atitudes nos aprendizes novos.
Em círculos diversos, companheiros nossos, pelo simples fato de haverem transposto os umbrais do sepulcro, são convertidos, pelos que ficaram na Terra, em oráculos supostamente infalíveis; alguns amigos, porque encontraram Benfeitores na Zona Espiritual, esquecem os serviços que lhes competem no esforço comum; Médiuns necessitados de esclarecimentos são transformados em semi-deuses.
A alegria da imortalidade embriagou a muitos estudiosos imprevidentes. Dorme-se ao longo de trabalhos valiosos e urgentes, à espera de Mundos Celestiais, como se o Orbe Terrestre não integrasse a paisagem do Infinito. É necessário, portanto, recordar que a existência humana é oportunidade preciosa no aprendizado para a vida eterna.
Ensina-se-nos, aqui, que Espíritos Protetores e perturbados, nobres e mesquinhos, podem ser encontrados nos planos visíveis e invisíveis. Cada criatura humana tem a sua cota de deveres e direitos, de compromissos e possibilidades.
Zonas felizes e desventuradas permanecem nas consciências, na multiplicidade de posições mentais dos Espíritos Eternos. Tanto na Terra como no Céu, a responsabilidade é lei. Neste quadro de observações, o Consolador é a Escola Divina destinada ao levantamento das almas. Urge, pois, que os discípulos se despreocupem do Espiritismo dos mortos, para colocar acima de todas as demonstrações verbalistas o Espiritismo dos vivos na Eternidade.
Dentro de cada aprendiz há um mundo a desbravar. A Terra é também a grande universidade. Ninguém despreze a luta, o sofrimento, a dificuldade, o testemunho próprio. A luz, o bem, a sabedoria e o amor, a compreensão e a fraternidade, o cérebro esclarecido e as mãos generosas dependem do esforço pessoal, antes de tudo.
O Sol ilumina o mundo, a chuva fecunda ti terra, a árvore frutifica, as águas suavizam a aridez do deserto; mas o homem deve caminhar por si mesmo.As maravilhas e dádivas da Natureza superior não eximem a criatura da obrigação de seguir com o Cristo, para Deus. Quando tantos companheiros dormem esquecendo o serviço, ou contendem por ninharias copiando impulsos infantis, trago-te, leitor amigo, estas reportagens despretensiosas – lembrança humilde de humilde noticiarista desencarnado.
As experiências relacionadas, nestas páginas singelas, falam eloqüentemente de nossas necessidades individuais.Não devemos continuar na condição de meros beneficiários da Casa de Deus, reincidentes nas dívidas e falhas criminosas. A Providência nos oferece tesouros imperecíveis. O Pai repartiu a herança com magnanimidade e justiça.
Não há filhos esquecidos e todos somos seus filhos. Trazendo-te, pois, meu esforço desvalioso, feito de coração para corações, termino afirmando que todas estas reportagens são reais e que, se os nomes das personagens obedecem à convenção da caridade fraternal, aqui não há ficções nem coincidências.Cada história representa um caso individual, no imenso arquivo das experiências humanas, para compreensão da vida eterna… (Humberto de Campos)”
Sim, este texto é do Escritor Humberto de Campos, em Espírito, ou seja como ‘noticiarista desencarnado’ como ele se definiu, psicografado por Chico Xavier, que teve, inclusive, problemas com a justiça, cobrado por familiares do autor, ao completar um livro que ele havia deixado pela metade. O texto da continuação era tão coerente com a metade deixada em vida, que cobraram direitos autorais.
De minha parte, não tenho a menor dúvida, mas se você caro leitor ficou com alguma recomendo que busque e leia neste endereço http://www.larbomrepouso.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Chico-Xavier-Livro-001-Ano-1932-Parnaso-de-Alem-Tumulo-1.pdf
(*)Akino Maringá, colaborador do Blog do Rigon
Foto – Reprodução